O ano de 2010 foi marcado por uma forte queda na produção de castanha do Rio Grande do Norte. De uma safra de aproximadamente 49 mil toneladas de castanha in natura produzida em 2009, o volume caiu para 26,6 mil em 2010, queda de 45,6%.
Esse fato gerou uma falta generalizada do produto que afetou fortemente as usinas de beneficiamento das castanha, responsáveis pelo atendimento do mercado interno e também pelas exportações.
Como uma das principais consequências tivemos uma queda significativa no volume exportado da castanha nos primeiros 5 meses de 2011 comparado aos mesmo período de 2010. No ano passado, até maio, o volume exportado foi de 3,61 mil toneladas e este ano reduziu-se para 2,3 mil.
Mas o efeito mais significativo da quebra da safra de 2010 foi a explosão do preço da castanha exportada e também daquela ofertada no mercado local.
Em outubro de 2010, no início da colheita da safra passada o preço da castanha exportada estava em US$ 5,27 o quilo. Em maio de 2011 a castanha do RN foi exportada a um preço médio por quilo de US$ 8,53, aumento de 62%.
Esse expressivo aumento no preço do produto acabou reduzindo o impacto da queda do volume exportado sobre as receitas de exportações. Enquanto o volume exportado nos primeiros cinco meses deste ano foi 35,5% menor do que no mesmo período do ano passado o valor das exportações caíram apenas 0,96% nesse mesmo período.
Todavia, os números do setor começam a sinalizar que esse preço não irá se sustentar nos próximos meses. Por enquanto o produto ainda se encontra lá nas alturas porque não existe oferta da castanha in natura no mercado. As usinas estão trabalhando com o material que ela possui no estoque e algumas indústrias do Ceará estão também importando o produto.
Em breve, porém, começa a entrar a oferta da nova safra, começando com a produção do Piauí, de pois do Ceará e depois do Oeste do RN. Assim, a partir de agosto/setembro aproximadamente a castanha in natura vai voltar a ser ofertada no mercado.
Como os dados do IBGE sinalizam por enquanto que a safra este ano voltará ao patamar normal (em torno de 48 mil toneladas), o preço do produto forçosamente vai cair nos próximos meses. É importante lembrar, porém, que a estimativa de safra do IBGE ainda é preliminar e se baseia por enquanto na expectativa dos produtores e dos técnicos do setor. Somente com o desenvolvimento da florada dos cajueiros e posteriormente com a colheita da safra é que esse número pode se conformar ou não. Claro que a riscos de uma nova quebra de safra, mas esse risco, no momento, é praticamente nulo.
Portanto, confirmadas as expectativas atuais o preço do produto registrará recuo ao longo do ano.
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