Ontem, em seminário na UFRN sobre os 10 anos do Estatuto das Cidades, promovido pelo Parlamento Comum da Região Metropolitana de Natal, apresentei um quadro com minhas estimativas para o crescimento demográfico da Regiãos para as próximas três décadas.
Minha hipótese principal é que, seguindo a tendência demográfica pela qual o Brasil vem passando e em consonância com o que tem ocorrido em Natal e seu entorno nas últimas duas décadas, a taxa de crescimento demográfico da nossa região metropolitana continuará sua tendência de queda e nossa população estará praticamente estagnada na casa 1,65 milhões na década de 2030.
Como tendência demográfica nacional estamos registrando uma forte queda nas taxas de fecundidade, com a população brasileira tendendo à estabilização na metade dos anos 30 e a um posterior movimento de declínio.
No caso da Região Metropolitana de Natal, conforme podemos ver no gráfico abaixo, seu ritmo de crescimento declinou de uma taxa média anual de 3,7% nas décadas de 70 e 80 para uma taxa de 2,6% nos anos 90 e de 1,88% nos anos 2000.
Com esses números eu acredito que o incremento demográfico (a variação em termos absolutos do número de habitantes) da presente década ficará em torno de 180 mil habitantes (abaixo das últimas duas décadas) e continuará declinando para algo em torno de 100 mil novos habitantes na década de 20.
Parte expressiva desse crescimento demográfico ocorrerá nos municípios ao entorno de Natal (notadamente Parnamirim, São Gonçalo do Amarante e Macaíba). Provavelmente o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante redefina uma parte do crescimento da cidade e acabe aumentando o peso da região norte nesse ritmo de crescimento.
Não acredito, como alguns imaginam, que o novo aeroporto seja capaz da reverter a tendência de queda das taxas de crescimento demográfico da Região. Essas taxas poderão até na registrar a queda acentuada que estou prevendo, mas elas sem dúvida cairão.
Outra razão para minha descrença na capacidade dos atuais investimentos na capital reverter essa tendência demográfica é que, ao contrário das expectativas gerais, não acredito muito que São Gonçalo do Amarante se transforme no HUB para a aviação mundial nas suas rotas de atendimento à América do Sul. Mas isso é um assunto para um outro post que farei em breve.
2 comentários:
Bom Dia Mestre Aldemir
Como lhe disse, acompanho com grande interesse suas postagens em função de sua pertinência, objetividade e simplicidade. Muito elucidativo o quadro sobre as perspectivas de crescimento demográfico para nossa região até 2030. Gostaria de ouvir sua opinião a respeito da relevância dos movimentos migratórios dessa região no contexto desse cenário.
Agradeço a atenção.
Alberto Lima
Caro Aldemir Freire, também estou acompanho suas postagens aqui, são muito valiosas para meu trabalho de mestrado e também para trabalhos aqui na CPRM,gostaria saber mais sobre emprego e renda na RMN, abraços.Gustavo Twitter:Gustavo_A_S_ (https://twitter.com/)
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