Redirecionamento

26 julho, 2011

O efeito da movimentação dos consumidores nas margens dos postos de combustíveis

O efeito das manifestações dos consumidores natalenses em protesto contras os aumentos de combustíveis iniciados entre fevereiro e março deste ano tiveram um efeito que se mostra bastante nítidos nas estatísticas de preços locais: as margens dos postos caíram em torno de 28%.

Mesmo quando comparamos essas margens com o período anterior ao movimento de alta dos preços podemos verificar uma queda das mesmas da ordem de 18%.

Em fins de janeiro deste ano até meados de fevereiro, antes portanto do movimento de elevação dos preços da gasolina, as margens dos postos de Natal nesse combustível era de aproximadamente R$ 0,42. No auge do aumento dos preços, entre a segunda quinzena de fevereiro e a primeira quinzena de abril, essas margens subiram para R$ 0,49.

Com a queda dos preços dos combustíveis a partir da reação dos consumidores e da normalização da oferta de álcool, a margem dos postos veio para o patamar de R$ 0,35.

O mais interessante desses números é podermos identificar que a movimentação dos consumidores produziu um efeito no mercado local de combustíveis para além da redução produzida pela normalidade da oferta de álcool. Isso pode ser constatado justamente pela queda das margens dos postos.

Uma queda das margens dos postos de gasolina significa que, na prática, os proprietários assumiram parte de aumento concedido pelas distribuidoras e reduziram suas margens de lucros (ou cortaram custos para assumir esses preços das distribuidoras em um patamar mais elevado).

Antes da alta registrada no início do ano a gasolina era entregue aos postos pelas distribuidoras a um preço na faixa dos R$ 2,24 e os postos os revendia, na média, a R$ 2,68. Hoje (média da semana passada) as distribuidoras entregam a gasolina em Natal a R$ 2,34 e os postos revedem por R$ 2,69.

Não pode haver outra razão para essa retração das margens dos postos que não aquele oriunda das pressões dos consumidores.

Todavia, ainda há uma diferença fundamental entre o mercado local e o da vizinha João Pessoa. Lá os preços da gasolina nas distribuidoras é somente R$ 0,07 menor do que em relação aos praticados aqui. Já os preços aos consumidores são R$ 0,22 mais baratos. Ou seja, a margem em João Pessoa é inferior á praticada aqui no RN. Lá está na casa dos R$ 0,19.

Portanto, a luta dos consumidores locais ainda tem uma gordura para queimar no lucro dos proprietários de postos de combustíveis de Natal. Isso é ainda mais importante quando os postos de Natal ensaiam um novo aumento de preços.



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