O levantamento dos dados sobre extrema pobreza (famílias com renda mensal per capita de até R$ 70,00)nos municípios do RN, me chamou a atenção para a concentração de alguns municípios em determinadas áreas do estado. Isso me levou a elaborar um mapa com o percentual de população em cada uma das 19 microrregiões do estado que se encontram em situação de extrema pobreza.
As regiões com os menores índices são: Natal (4,68%), Seridó Ocidental (6,9%), Mossoró (7,05%) e Seridó Oriental (8,87%). No extremo oposto, com os maiores índices estão: Serra de São Miguel (27,22%), Serra de Santana (25,62%), Litoral Nordeste (24,88%) e Borborema Potiguar (23,97%). À título de comparação a proporção da população do RN em situação de extrema pobreza é 12,81%.
Me chamou a atenção no mapa a situação da região do Seridó. Não é um espaço onde foram feito grandes projetos de desenvolvimento (como o turismo em Natal e o petróleo e a fruticultura na região de Mossoró e Vale do Açu). Todavia, seus indicadores de pobreza extrema situam-se em um nível de quase metade do índice do estado.
Muito provavelmente a economia local, ancorada em atividades de pequeno porte (como a atividade leiteira, queijarias, o pólo boneleiro, indústria de redes e panos de prato, entre outras) tem contribuído para ageração de renda para a população local, retirando-a de situações de extrema pobreza.
Desde o censo de 2000 que aquela região já apresentava um IDH que, na média, era bem melhor que as demais regiões do estado. Os dados do censo 2010 só vieram confirmar essa situação diferenciada do Seridó.
Por outro lado, na Serra de São Miguel e na Serra de Santana a proporção de população abaixo da linha de pobreza extrema é superior a fração de 1 a cada 4 habitantes.
2 comentários:
um outro aspecto na análise referente aos projetos de irrigação (perto de grandes barragens), tais polos de "desenvolvimento" são "atrativos" quanto ao processo de concentração de renda e exclusão social e econômica. Portanto, não basta o governo criar políticas "desenvolvimento", deve-se centrar no enfoque integral, e da promoção dos aspectos de infra estrutura, e capacidade produtiva. Quem sabe, desta maneira podemos mitigar os efeitos da probreza extrema...e não apenas atuar em programas de tranferência de renda (bolsa esmola, que simplesmente adia (e infla) tal problemática.
Prezado aldemir, gostaria de ter o dados tabulados desta pesquisa, principalmente do alto oeste potiguar, pois atuo com os Territórios rurais e nos serão bastantes significantes.
Quero parabenizar pelo seu blog, objetivo, analitico e didático.
aguardo retorno...
abç
valdivan (valdivanf@gmail.com)
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