Em leilão de privatização realizado em 1997 a Companhia Ferroviária do Nordeste - Transnordestina Logística S.A - obteve a concessão da Malha Nordeste pertencente à Rede Ferroviária Federal S.A.
Essa empresa tem como principal controladora a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), detentora de aproximadamente 76% de seu capital. A CSN, por sua vez, tem o Grupo Vicunha (da família Steinbruch)como seu principal acionista. Em 2010 a Transnordetsina Logística faturou cerca de R$ 114 milhões.
Essa empresa é dona do ramal ferroviário que corta o RN, começando na cidade de Macau, seguindo para Natal, Nova Cruz e entrando na Paraíba, onde o ramal se encerra na estação Paula Cavalcante (salvo engano localizada no município de Cruz do Espírito Santo - PB).
Segundo notícia divulgada no jornal Valor Econômico do dia 16/09/2011, a CSN irá devolver partes dos trechos que levou no leilão de 1997.
Um dos trechos devolvidos será no estado de Pernambuco. Segundo o jornal "o segundo trecho a ser devolvido pela CSN tem 479 km, sendo boa parte no Estado do Rio Grande do Norte. Vai de Macau (litoral norte do Estado), passa pela capital Natal e cruza a divisa do Estado até Paula Cavalcante, na Paraíba. "A Transnordestina pagará indenização se for o caso, mas antes negociará com o governo", afirma."
Ainda de acordo com o jornal "a ANTT ainda não tem uma definição clara sobre o que fazer com os trechos que forem devolvidos pelas concessionárias. Muitos deles estão obsoletos e não têm viabilidade, segundo as empresas. É o caso da ferrovia que liga Macau (RN) a Paula Cavalcante (PB), de 479 km, hoje sob responsabilidade da Transnordestina Logística. Segundo o superintendente de serviços de transporte de cargas da ANTT, Noboru Ofugi, o material desses trechos que puder ser aproveitado pode ser reutilizado em outras ferrovias. "O que for muito antigo, pode acabar indo para o ferro-velho", diz ele."
Até o momento eu não vi a repercussão dessa notícia no RN. Vai ver que só eu acho que ela é relevante...
Abaixo um mapa publicado no Valor Econômico detalhando as concessões ferroviárias em todo o Brasil que serão devolvidas a aquelas que serão reativadas.
2 comentários:
É no mínimo intrigante ver como o modal ferroviário no Brasil é tratado com descaso absoluto. Com tantos problemas e limitações que já temos com transportes terrestres, principalmente de cargas, essa deveria ser uma saída viável e não um problema, ou apenas uma sucata velha.
Está ocorrendo a primeira carga de um navio com minério de ferro no Porto de Natal para exportação. O minério vem de Cruzeta para Natal de caminhão!! Um absoluto absurdo!
P.S.: feliz coincidência seu texto ter sido publicado justamente no Dia Mundial Sem Carro!
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