Redirecionamento

29 setembro, 2011

Geração de Energia Eólica no RN - Começando o Período dos Bons Ventos

Nos próximos anos o principal bloco de investimentos a ser realizados no RN está associado à geração de energia eólica. Estão programados a construção de mais de 100 parques eólicos e os investimentos programados superam os R$ 10 bilhões.

O Litoral Norte do estado é a principal região receptora desses investimentos. A geração de emprego e renda nesses pólos de construção será o impacto imediato mais visível e significativo.

No momento são três as principais usinas eólicas em atividade no estado: Rio do Fogo, Alegria I e Mangue Seco, sendo que as duas últimas entraram em operação agora em 2011. Muitas outras usinas estão programadas para iniciar suas atividades nos próximos anos.

Abaixo um gráfico com a geração mensal de energia eólica nos parques do RN.


Um fato curioso é que a geração elétrica no Nordeste (e no RN em particular) acompanha a sazonalidade da velocidade dos ventos. No período de agosto a dezembro a geração se intensifica em função de termos nessa quadra ventos mais intensos na região.

Isso pode ser verificado claramente no gráfico abaixo, que mostra a evolução mensal da geração de energia eólica na região Nordeste do Brasil. O gráfico do RN também apresenta o mesmo padrão sazonal.



27 setembro, 2011

Exportações de Peixes no RN Crescem 86% em 2011 e Atingem US$ 13,65 Milhões

As exportações de peixes (exclui crustáceos e moluscos) no RN cresceram 86% entre janeiro e agosto de 2011 comparado ao mesmo período do ano passado.

Neste ano já foram exportados US$ 13,65 milhões contra um valor de US$ 7,33 milhões em 2010.

Os peixes congelados foram os principais itens exportados, alcançando US$ 11,4 milhões, seguido de peixes frescos/resfriados, cujo valor foi de US$ 1,88 milhão.

O valor exportado esse ano já é maior do que o valor de todo o ano de 2010 e também maior do que o valor exportado em qualquer ano da série desde 2003.

Caminhamos, portanto, para um recorde histórico nas exportações de pescados no estado.

Esse desempenho se deve à frota de barcos japoneses que foi arrendada pela empresa Atlantic Tuna. Essa empresa já aparece na lista de maiores exportadores do RN, com US$ 8,11 milhões exportados de janeiro a gosto deste ano, aparecendo como a 7ª maior empresa exportadora do estado. Sozinha a Atlantic Tuna responde por aproximadamente 70% das exportações locais de peixes congelados.


22 setembro, 2011

O Fim das Concessões Ferroviárias no RN - Destino dos Trilhos? O Ferro Velho

Em leilão de privatização realizado em 1997 a Companhia Ferroviária do Nordeste - Transnordestina Logística S.A - obteve a concessão da Malha Nordeste pertencente à Rede Ferroviária Federal S.A.

Essa empresa tem como principal controladora a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), detentora de aproximadamente 76% de seu capital. A CSN, por sua vez, tem o Grupo Vicunha (da família Steinbruch)como seu principal acionista. Em 2010 a Transnordetsina Logística faturou cerca de R$ 114 milhões.

Essa empresa é dona do ramal ferroviário que corta o RN, começando na cidade de Macau, seguindo para Natal, Nova Cruz e entrando na Paraíba, onde o ramal se encerra na estação Paula Cavalcante (salvo engano localizada no município de Cruz do Espírito Santo - PB).

Segundo notícia divulgada no jornal Valor Econômico do dia 16/09/2011, a CSN irá devolver partes dos trechos que levou no leilão de 1997.

Um dos trechos devolvidos será no estado de Pernambuco. Segundo o jornal "o segundo trecho a ser devolvido pela CSN tem 479 km, sendo boa parte no Estado do Rio Grande do Norte. Vai de Macau (litoral norte do Estado), passa pela capital Natal e cruza a divisa do Estado até Paula Cavalcante, na Paraíba. "A Transnordestina pagará indenização se for o caso, mas antes negociará com o governo", afirma."

Ainda de acordo com o jornal "a ANTT ainda não tem uma definição clara sobre o que fazer com os trechos que forem devolvidos pelas concessionárias. Muitos deles estão obsoletos e não têm viabilidade, segundo as empresas. É o caso da ferrovia que liga Macau (RN) a Paula Cavalcante (PB), de 479 km, hoje sob responsabilidade da Transnordestina Logística. Segundo o superintendente de serviços de transporte de cargas da ANTT, Noboru Ofugi, o material desses trechos que puder ser aproveitado pode ser reutilizado em outras ferrovias. "O que for muito antigo, pode acabar indo para o ferro-velho", diz ele."

Até o momento eu não vi a repercussão dessa notícia no RN. Vai ver que só eu acho que ela é relevante...

Abaixo um mapa publicado no Valor Econômico detalhando as concessões ferroviárias em todo o Brasil que serão devolvidas a aquelas que serão reativadas.

21 setembro, 2011

Municípios do RN com grande percentual de domícilios vagos e/ou de uso ocasional

Segundo o censo 2010, três municípios do RN possuem mais domicílios em condições de vagos e/ou de uso ocasional maior do que ocupados.

Tibau, Nísia Floresta e Extremoz possuem, respectivamente, 67,54%, 53,11% e 51,55% de seus domicílios em condição de não ocupação.

A coincidência desses três municípios é que estão localizados no litoral doe estado. Além destes, Maxaranguape, Rio do Fogo e Tibau do Sul também possuem um grande número de domicílios não ocupados.

A grande maioria desses domicílios são casas de veraneio de uso ocasional. O caso mais impressionante é o de Tibau, onde dois terços de seus domicílios são de uso ocasional. Isso se dá basicamente porque o município acolhe boa parte das famílias de classe média de Mossoró (e região oeste do estado) que possuem casas de praia.

O problema para esses municípios é que a grande proporção de domicílios não ocupados acabam gerando um custo financeiro para as prefeituras municipais sem que seus moradores agreguem valores financeiros significativos às finanças municipais.

Parte expressiva da renda desses municípios é proveniente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Todavia, esse fundo é uma função da população residente nessas localidades. Nos domicílios de uso ocasional, por sua vez, a população não é contada, porque ela não residem nesses domicílios, apenas passam alguns dias do ano. Portanto, seu local de habitação é na sua residência oficial, que geralmente, nesses casos de municípios de praia, se localizam em outros municípios.

Todavia, essas áreas de praia implicam em custos significativos para as suas municipalidades, sobretudo em períodos de alta estação. Demandam investimentos em saneamento básico, calçamento, coleta de lixo, segurança...

A única alternativa que existe é os prefeitos cobrarem os impostos sobre a propiedade desses imóveis como forma de financiar parte dos gastos que eles incorrem nessas localidades. As prefeituras devem cobrar IPTU, ITIV e Contribuições de Melhorias, como forma de fazer com que esses locais tragam algum retorno financeiro para a localidade.

Um dos casos que considero emblemático, por exemplo, é a praia de Búzios, localizada no município de Nísia Floresta. Prvavelmente lá se encontre bem mais de 2.000 domicílios de uso ocasional. Outro é a própria cidade de Tibau, onde dois em cada três domicílios são de não moradores.


17 setembro, 2011

RN aumenta produção de petróleo em 2011, mas aumento dá sinais de esgotamento

No incío do ano eu coloquei uma postagem aqui no blog afirmando que a produção de petróleo no estado continuava em queda mas dava sinais de recuperação. A recuperação, segundo o que eu escrevi naquele momento, era detectada no último quadrimestre do ano. (veja aqui).

A situação agora parece que se inverteu: a recuperação se instalou mas dá sinais de esgotamento.

Entre janeiro e julho deste ano o RN produziu 12,3 milhões de barris de petróleo, contra uma produção de 11,8 milhões no mesmo período do ano passado, um aumento de 4,20%.



Os sinais de esgotamento desse breve período de aumento também já se fazem sentir de forma bastante nítida. O gráfico de evolução da produção acumulada no quadrimestre demonstra claramente que o pico de produção já é passado. Esse pico aconteceu aproximadamente no quadrimestre encerrado em janeiro deste ano.

Outro indicador importante é que no primeiro semestre deste ano a produção do RN ficou em 10,5 milhões e no semestre imadiatamente anterior (jul-dez 2010) a produção foi de 10,7 milhões.

Mas acredito que em 2011 a produção local de petróleo ficará em um patamar superior ao do ano passado. Acredito que esse aumento será da ordem de 2%, com o estado terminando o ano com uma produção de aproximadamente 21,2 milhões, frente a uma produção em 2010 de 20,8 milhões.





15 setembro, 2011

Fim do Ciclo de Aceleração do Comércio no RN

Uma análise do comportamento do comércio varejista do RN parece indicar que estamos em plena fase de desaceleração das vendas do setor.

O gráfico abaixo, que trás a variação no índice do volume de vendas acumulado em 12 meses, demonstra que vivemos nos últimos tempos três ciclos de aceleração e desaceleração no crescimento do varejo.

O primeiro ciclo teve seu pico em fins de 2005, quando então iniciou uma longa fase de desaceleração que teve como piso o segundo semestre de 2007. Iniciou-se, então, um novo ciclo de aceleração. Esse novo ciclo foi menos intenso que o anterior e durou até o ano de 2008, quando primeiro se desacelerou no varejo ampliado (que inclui automóveis e material de construção) e depois no varejo restrito. A intensidade dessa desaceleração atingiu um patamar mais baixo do que no ciclo anterior.

Esse novo ciclo de desaceleração chega ao fim nos últimos meses de 2009, quando as vendas do comércio estadual iniciam uma nova fase de aceleração. Esse terceiro ciclo de aceleração não atinge o pico do ciclo anterior e parece ter se esgotado no primeiro trimestre desse ano.

Os fatores determinantes do último ciclo de aceleração das vendas do comércio no RN, que se deu ao longo de todo o ano de 2010 e início deste ano, podem ser assim resumidas: aumento do emprego, aumento da renda, redução dos juros e ampliação do crédito.

Esses mesmos fatores estão na raiz da atual fase de desaceleração. Em 2011, no RN, nitidamente o volume de empregos formais gerados será inferior ao do ano passado. Essa menor geração de emprego terá um impacto menor na expansão da renda da população local. A renda também foi afetada pela alta dos preços registradas nos últimos 12 meses (sobretudo entre fins de 2010 e primeiros meses de 2011), principalmente no item alimentos. Menor expansão do emprego, provocou uma moderação na expansão da renda e esta, por sua vez, foi corroída pela expansão inflacionária.

Todos esses fatores diminuíram o impulso de compra dos consumidores. Além disso, tivemos a adoção de um conjunto de medidas de restrição ao crédito e aumento dos juros, que também fizeram com que as vendas desacelerassem seu crescimento.

A dúvida que fica agora é até onde vai esse ciclo de desaceleração, tanto em termos de valor quanto de duração no tempo. Em outros termos: quando as vendas do comércio no estado voltarão a se acelerar? Até onde vai essa desaceleração em termos de taxas de crescimento?

A primeira pergunta parece ser mais fácil de responder. Acredito que a atual fase de desaceleração continue até pelo menos o primeiro trimestre do próximo ano. A partir de então começará a fazer efeito, de um lado, as medidas de redução de juros que o BC começou adotar agora e, de outro, o aumento da renda decorrente da elevação do salário mínimo.

Além disso, podemos visualizar um certo aquecimento do mercado de trabalho local associado às obras da Copa 2014.

A segunda pergunta, porém, é mais difícil. Eu comecei o ano acreditando que o comércio iria crescer em torno de 10% em 2011. Refiz essa projeção para a casa dos 7% (número do crescimento até julho) e hoje não sei se esse número se sustenta até o fim do ano. Talvez tenhamos até março do próximo ano uma variação do volume de vendas do comércio do RN, acumulado em 12 meses, na casa ou até mesmo abaixo dos 5%.

Mesmo assim, é importante alertar que estamos falando em desaceleração do crescimento e não em redução das vendas.


13 setembro, 2011

Municípios do RN com Maior Rendimento Médio Mensal Per Capita

Os dados do Censo Demográfico 2010 ainda estão em processo de divulgação mas já é é possível traçar algum perfil sócio-econômico do estado a partir das informações que já foram divulgadas.

Um dado interessante e ainda pouco explorado é aquele que mostra a renda média domiciliar per capita dos municípios do estado.

Em 2010 a renda média mensal domiciliar per capita no RN era de R$ 580,49, sendo que Natal (R$968,66), Parnamirim (R$ 875,74) e Mossoró (R$ 627,68) lideravam entre os municípios do estado.

Na renda da Natal e Parnamirim percebe-se nitidamente um patamar mais elevado quando comparado aos demais municípios que aparece na lista dos 10 maiores rendimentos. Os dois se situam em um patamar ao redor dos R$ 900. Já Mossoró se aproxima mais da média dos demais, com rendimento médio em torno de R$ 500 a pouco mais de R$ 600.

Na lista dos 10 maiores rendimentos, além das três principais cidades do estado, aparece um conjunto de outros municípios que são pólos regionais de desenvolvimento e que agregam a economia de uma série região em seu entorno. Esse é o caso de Caicó, Pau dos Ferros e Currais Novos. Também há economia locais com atividades econômicas próprias, como é o caso de Tibau do Sul e suas atividades turísticas e Macau com atividades salineiras e de petróleo e gás. Extremoz situa-se dentro da região metropolitana de Natal e sua economia é influenciada por essa situação. Não tenho maiores explicações para o caso de São Pedro, que destoa do perfil dos demais municípios.


12 setembro, 2011

A Produção Agrícola do RN na Safra 2011

Depois do ano de 2010 de produção agrícola fraca no estado em função da forte redução no volume de chuvas, a Safra 2011 promete registrar uma melhora significativa, sobretudo naqueles produtos oriundos da agricultura de sequeiro.

Conforme levantamento do IBGE no mês de agosto as culturas de Sorgo, Milho e Feijão terão os maiores aumentos percentuais de produção. O sorgo sairá de uma produção de pouco mais de 700 toneladas para 20.757 toneladas. O milho chegará esse ano a 47,7 mil toneladas (mas ainda insuficiente para atendimento da demanda local) e o feijão (1ª e 2ª safra) alcançará a produção de 32,8 mil toneladas.

Outro produto importante da pauta agrícola do estado que terá uma boa recuperação será a castanha de caju. No ano passado a produção estadual sofreu uma queda de quase 50%. Esse ano o volume que se espera produzir (a safra está se iniciando nos pomares da região oeste do estado) é de aproximadamente 47,5 mil toneladas.

Alguns produtos, porém, irão registrar queda. São eles: arroz, sisal, cana-de-açúcar e mandioca.



03 setembro, 2011

Mapa da Extrema Pobreza por Microrregiões do RN

O levantamento dos dados sobre extrema pobreza (famílias com renda mensal per capita de até R$ 70,00)nos municípios do RN, me chamou a atenção para a concentração de alguns municípios em determinadas áreas do estado. Isso me levou a elaborar um mapa com o percentual de população em cada uma das 19 microrregiões do estado que se encontram em situação de extrema pobreza.

As regiões com os menores índices são: Natal (4,68%), Seridó Ocidental (6,9%), Mossoró (7,05%) e Seridó Oriental (8,87%). No extremo oposto, com os maiores índices estão: Serra de São Miguel (27,22%), Serra de Santana (25,62%), Litoral Nordeste (24,88%) e Borborema Potiguar (23,97%). À título de comparação a proporção da população do RN em situação de extrema pobreza é 12,81%.

Me chamou a atenção no mapa a situação da região do Seridó. Não é um espaço onde foram feito grandes projetos de desenvolvimento (como o turismo em Natal e o petróleo e a fruticultura na região de Mossoró e Vale do Açu). Todavia, seus indicadores de pobreza extrema situam-se em um nível de quase metade do índice do estado.

Muito provavelmente a economia local, ancorada em atividades de pequeno porte (como a atividade leiteira, queijarias, o pólo boneleiro, indústria de redes e panos de prato, entre outras) tem contribuído para ageração de renda para a população local, retirando-a de situações de extrema pobreza.

Desde o censo de 2000 que aquela região já apresentava um IDH que, na média, era bem melhor que as demais regiões do estado. Os dados do censo 2010 só vieram confirmar essa situação diferenciada do Seridó.

Por outro lado, na Serra de São Miguel e na Serra de Santana a proporção de população abaixo da linha de pobreza extrema é superior a fração de 1 a cada 4 habitantes.


01 setembro, 2011

RN: Municípios com Maiores e Menores Proporções de População em Situação de Pobreza Extrema

Os dados do último censo demográfico do IBGE permite levantar, por município, a proporção da população em situação de extrema pobreza, conforme definição do governo federal (famílias sem rendimento e com renda mensal per capita até R$ 70).

Conforme esses números, há no RN aproximadamente 405 mil pessoas nessa situação, equivalente a quase 13% da população local.

A abertura dessas dados para os municípios revela alguns dados curiosos. O município com maior taxa da população em situação de pobreza é João Dias, no Alto Oeste Potiguar, com quase metade de sua população em situação de pobreza. No extremo opostos está o município de Timbaúba das Batistas, no Seridó, com somente 4% da população em situação de pobreza extrema.

As microrregiões do Agreste Potiguar, Borborema Potiguar e Serra de São Miguel concentram os municípios com os maiores índices de pobreza do estado. Por outro lado, a região do Seridó concentra um número significativo de municípios com baixos índices de pobreza.