Redirecionamento

31 março, 2011

O boom do financiamento imobiliário no RN em 2010

Ontem eu havia comentado sobre o forte crescimento do financiamento imobiliário no RN destinado às aquisições. Hoje os números que apresentam retratam o volume de recursos orientados para o setor as atividades de construção imobiliária, aquisição de material de construção e reforma e ampliação.

Em 2010 essa modalidade de crédito atingiu no RN o valor de R$ 381 milhões. Ocorreu um forte crescimento quando comparado a 2009, cujo volume financeiro havia sido de apenas R$ 48 milhões. Ou seja, no ano passado o valor fi quase 8 vezes maior do que em 2009.

O ano de 2009 havia sido um ano de retração na concessão de crédito para construção no estado, pois o valor dos financiamento havia caído quando comparado a 2008.


Os dados de 2010 comprovam que o ano passado foi um ano de forte aquecimento do mercado de construção civil no estado. Quando juntamos essa informação com outras já publicada no blog esse quadro fica mais nítido.

Como indicadores de que a construção civil do estado viveu um dos seus melhores anos podemos apontar: 1) o crédito destinado ao setor atingiu quase R$ 580 milhões (aquisições + construções), ante os cerca de R$ 181 milhões de 2009 e R$ 162 milhões em 2008; 2) o consumo de cimento no estado foi record e foi preciso importar a mercadoria do Vietnã para atender à totalidade da demanda local; 3) foi gerado 6,3 mil postos de trabalhos formais no setor, também o record da série do CAGED.



30 março, 2011

Crédito para aquisição imobiliária no RN em 2010 foi de quase R$ 200 milhões

Em 2010 o volume de crédito do sistema financeiro nacional direcionado para aquisições imobiliárias no RN foi de R$ 197 milhões. Esse valor refere-se a imóveis residenciais e comerciais e não incluir os financiamentos concedidos para construção, material de construção, reforma e ampliação.

Ocorreu no período uma impressionante expansão do volume de crédito concedido no estado, acompanhando a tendência de expansão dessa linha de financiamento no país.

Em 2008 as instituições financeiras concederam aos potiguares um total de R$ 73,4 milhões de crédito para aquisição imobiliária. Em 2009 esse volume foi a R$ 133,5 milhões e em 2010 alcançou os R$ 197 milhões.

A tendência de alta parece continuar em 2011, pois o total concedido em janeiro último é cerca de 5% superior ao do mesmo mês de 2010.

Claro que dificilmente esse ritmo de crescimento dos últimos dois anos irá se sustentar por muito tempo. Em 2009 essa linha de crédito cresceu no RN 82% e em 2010 o crescimento foi de 48%.

Mas sem dúvida nenhuma o ritmo de crescimento continuará em ritmo bastante acelerado nos próximos anos.

Em breve farei uma nova postagem mostrando os dados do financiamento imobiliário destinado à construção.



27 março, 2011

Consumo de Cimento no RN Bate Record em 2010

Em 2010 foi consumido no RN 850.190 toneladas de cimento. Esse número coloca o RN no 5° lugar entre os estados do Nordeste (atrás da BA, CE, PE e MA) no volume consumido de cimento e representou uma variação de 22,5% sobre o consumo de 2009. Essa variação foi maior do que aquela apresentada pelo Brasil (15,4%) e pelo Nordeste (21,7%).

Conforme podemos ver no gráfico acima o RN vive um longo ciclo de expansão no consumo de cimento, seguindo a mesma tendência registrada pelo Brasil e pelo Nordeste. Para se ter uma ideia, até meados de 2006 o consumo mensal do produto girava em torno de 40 mil toneladas/mês. Já no segundo semestre de 2010 esse média mensal foi da ordem de 76 mil toneladas, praticamente o dobro daquela registrada 4 anos antes.

Esse forte crescimento foi interrompido em 2009, mas voltou em 2010 a bater o record histórico do consumo no estado e a apresentar a mais alta taxa de variação no consumo desde 2002.


Vemos que esse forte crescimento vem registrando uma certa desaceleração ao longo do tempo. Espero um consumo de cimento em 2011 superior ao de 2010, mas dificilmente o crescimento ficará acima de 20%. O elevado crescimento no ano passado também deve ser olhado á luz da queda verificada em 2009. Assim, é um ano cujo consumo está sendo comparado com um dado relativamente baixo. 2011, por sua, vez, será comparado com um ano de alto volume consumido e com uma taxa alta de crescimento. Por isso acredito que o consumo será maior, mas provavelmente não cresceremos outros 20%. Mas talvez fiquemos com uma taxa de crescimento superior a 10%, com isso nosso consumo pode facilmente ultrapassar a marca das 950 mil toneladas neste ano.

O forte crescimento do consumo de cimento está associado ao bom desempenho da economia, ao programa Minha Casa Minha Vida, ao aumento do crédito imobiliário e aos investimentos públicos. Como esses requisitos todos ainda estarão presentes em 2011 podemos esperar facilmente um bom desempenho do setor no ano corrente.

Diferentemente do consumo, por enquanto a produção do estado não apresentou o mesmo ritmo de crescimento. Atualmente temos apenas a fábrica de cimento localizada em Mossoró. Em breve, porém, entrará em operação a fábrica de Baraúna, pertencente ao Grupo Votoramtim.

A produção estadual cobre menos da metade do que o estado está consumido e até uma pequena fração (cerca de 6,5% no mês de dezembro) está sendo importado do Vietnã (o RN importou, nos meses de dezembro/10, janeiro/11 e fevereiro/11, 5 mil toneladas mensais do produto).

Com a entrada em operação da fábrica da Votorantim no RN e com a sua produção à plena capacidade o estado passará a ter uma oferta superior á demanda e entrará para a lista dos grandes produtores de cimento do Nordeste. No momento a liderança da produção do Nordeste pertence à Sergipe (3,03 milhões de toneladas) seguida da Paraíba (2,16 milhões de toneladas) e do Ceará (1,86 milhão de toneladas). Nacionalmente MG lidera com uma produção em 2010 de 14,2 milhões de toneladas/ano.

23 março, 2011

DESPESAS ANUAIS DA UNIÃO COM SERVIDORES CIVIS DO RN

Em 2010 a União teve uma despesa total com servidores civis ativos, inativos e pensionistas no RN no montante R$ 1,73 bilhão. O valor foi 17% superior ao total pago em 2009.

Uma análise do gráfico abaixo mostra que o montante pago é crescente e que os anos de 2008, 2009 e 2010 foram marcados por variações percentuais mais elevadas para uma média trienal.

O aumento dessas despesas reflete não só as elevações salariais dadas aos servidores federais, mais traduzem também o aumento no efetivo da categoria, bem como o fato de que os servidores que entraram mais recentemente nas carreiras federais ainda estão galgando posições e com isso tem seus salários aumentados automaticamente a cada ano.

Mas o mais interessante de tudo é que o montante de recursos pagos aos servidores federais no RN é cerca de 60% maior do que as transferências federais do Fundo de Participação do Municípios (FPM) para todos os municípios do estado.

Conforme vocês podem ver em postagens anteriores, o valor total do FPM dos municípios do RN em 2010 foi de R$ 1,08 bilhão. Portanto, os servidores federais constituem um importante segmento da economia local, representando um elevado poder de compra no cenário da economia potiguar.

Segundo dados do Ministério do Planejamento o RN encerrou 2010 com um total de 23.781 servidores, sendo 11.353 ativos, 8.514 aposentados e 3.914 pensionistas. A educação, representada pela UFRN, UFERSA e os IFRNs representam a categoria com maior número de servidores ativos no estado, totalizando 7.628.


21 março, 2011

A Ocupação da Praia de Pipa em Imagens de Satélite

Um dos instrumentos mais interessantes disponibilizados atualmente para os internautas é programa de imagens de satélite Google Earth. Mais interessante ainda é que a partir de tal programa nós podemos observar diferentes momentos da ocupação de um determinado território, pois o sistema permite comparar diferentes imagens ao longo do tempo.

Umas dessas modificações da paisagem que me chamou a atenção foi o caso da praia de Pipa, um dos mais badalados destinos turísticos do Nordeste e do Brasil.

Pipa é na verdade um distrito do município de Tibau do Sul. Este, por sua vez, registrou no censo de 2010 uma população de 10.482 pessoas, ante uma população de 7.749 no censo de 2000.

Tibau do sul foi o terceiro municípios do RN com maior taxa de crescimento populacional entre 2000 e 2010, cresceu a uma taxa de 3,94% ao ano, perdendo apenas para Parnamirim (4,96%) e Guamaré (4,31%).

As imagens abaixo mostram dois momentos distinto da praia de Pipa. A primeira é uma foto de satélite de setembro de 2002 e a segunda é de maio de 2008 (não há disponibilidade de imagens mais recentes para aquela localidade no google earth).



Observem nas imagens acima como a mancha urbana avança na direção do interior e aparece vários pontos brancos, representados pelos telhados dos condomínios, resorts e hotéis que surgiram por lá nesse período.

Quem conhece Pipa sabe como essa ocupação se deu de forma desordenada, sem um planejamento da ocupação do solo e, acredito, sem nem mesmo um arruamento prévio.




20 março, 2011

PREFEITURAS MUNICIPAIS DO RN: AUMENTO DOS RECURSOS FINANCEIROS EM 2011

Em algumas postagens abaixo apresentei dados sobre as transferências de royalties de petróleo e do FPM para as prefeituras municipais do RN. Segundo esses dados em 2010 os municípios receberam aproximadamente R$ 1,08 bilhão de FPM e quase R$ 150 milhões de royalties. 

Nas duas postagens também levantei a hipótese de que essas recursos serão maiores em 2011 do que foram no ano passado, melhorando a saúde financeira dos entes municipais.

Nesse post apresento mais duas importante fontes de recursos para os municípios do RN: o FUNDEB (recursos voltados para aplicação na educação) e o ICMS.

Essas duas fontes também vem registrando crescimento constante. Em 2010 os municípios do estado receberam R$ 718 milhões do FUNDEB e R$ 678 milhões de ICMS.

No primeiro bimestre de 2011 os valores do FUNDEB foram 31% superiores ao mesmo período do ano passado. No caso do ICMS esse aumento foi de 16,72%.

Acredito ser plenamente possível o FUNDEB terminar 2011 com um volume de recursos próximo aos R$ 900 milhões. Já o ICMS pode terminar o ano rendendo aos municípios cerca de R$ 790 milhões.


É preciso complementar, porém, que quase metade das transferências do ICMS se destinam aos municípios de Natal e Mossoró. Somente Natal fica com aproximadamente um terço do ICMS distribuído aos municípios. Esse peso de Natal vem caindo nos últimos anos mas ainda é muito acentuado, em função do próprio peso da economia local no contexto da economia estadual. 

Mas o relevante a se reter aqui é que as principais fontes de recursos que abastecem os cofres municípais apresentam uma tendência de crescimento e que a situação financeira das prefeituras do estado esse ano será melhor do que a de 2010. 

18 março, 2011

REPASSES DO FPM PARA AS PREFEITURAS MUNICIPAIS DO RN: SINAIS DE RECUPERAÇÃO

A vida dos "novos" prefeitos que assumiram as administrações municipais em 2009 não deve ter sido muito cor de rosa não. Pelo menos não para aqueles que dependem quase que exclusivamente das transferências do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Para ver isso basta comparar a evolução do FPM que os municípios do RN receberam entre 2003 e 2010. Essa série teve uma tendência de crescimento constante até 2008, mas em 2009 houve queda e ainda estamos no mesmo patamar de dois anos atrás.

Os prefeitos do mandato anteriores viveram uma era de crescimento constante e robusto nas transferências de recursos para os municípios. Entre 2004 e 2008 o volume de FPM pago às prefeituras do RN simplesmente dobraram.

Mas desde que os prefeitos dos mandatos atuais assumiram que o volume de recursos do FPM não apresenta a mesma tendência do período anterior. Primeiro teve a crise de 2009, com a estagnação econômica e as políticas de incentivo econômico através de desoneração tributária. Com a economia sem crescer em 2009 e com a queda nas alíquotas de IPI para alguns bens de consumo (veículos e linha branca), o FPM dos municípios encolheu naquele ano.

Em 2010, com a retomada da economia e o fim dos incentivos, o FPM voltou a registrar aumento de valor. Todavia, ficou apenas levemente superior ao que os municípios receberam em 2008.



Mas parece que os tempos de vaca magra estão com os dias contados. Os dados do primeiro bimestre de 2011 mostram que os municípios do RN receberam R$ 238,6 milhões. No mesmo período de 2010 esse valor foi de R$ 169,6 milhões. Portanto, um aumento de praticamente 41%.

Faço uma estimativa grosseira que os municípios do RN recebrão este ano aproximadamente R$ 1,4 bilhão de FPM, valor que será aproximadamente 32% superior ao de 2010.

Assim, tudo indica que estamos voltando a uma nova fase de expansão dos recursos disponíveis aos gestores municípais. vamos acompanhar esse tópico ao longo do ano para saber como tais valores irão se comportar e em que medida minhas atuais previsões se confirmarão.

16 março, 2011

Evolução dos Royalties de Petróleo no RN

Já que hoje a governadora vai à Assembléia Legislativa apresentar o projeto da Copa 2014, com um item que coloca os royaties recebidos pelo governo do estado como garantia para os investidores da Arena das Dunas, aqui vai um breve post apresentando o volume de royalties recebidos pelo Estado e pelos municípios do RN.

Conforme podemos ver, desde aproximadamente agosto de 2009 que o volme de royalties recebidos no RN gira em torno de R$ 25 milhões/mês, sendo aproximadamente metade para o governo do estado e a outra metade dividido entre os municípios.

Todavia, é importante lembrar que dos recursos que o estado recebe da ANP, 15% ele repassa aos municípios. Portanto, por exemplo, em fevereiro de 2011, dos cerca de R$ 15,1 milhões recebidos pelo estado, R$ 2,26 milhões foram repassados pelo governo estadual aos municípios.

Em 2010 os municípios do RN receberam da ANP cerca de R$ 148,7 milhões e o governo do estado recebeu R$ 158,9 milhões, totalizando R$ 307,6 milhões. No ano passado, do volume de royalties recebidos pelo estado, o mesmo transferiu aos municípios R$ 23,7 milhões.

Assim, devemos lembrar que Somente 85% dos valores recebidos pelo estado é que de fato ficam com ele, os outros 15% são redistribuídos.

O volume de recursos que o estado e os municípios recebem nessa rubrica é fortemente influenciado pelo preço do barril de petróleo, por isso que em 2008 o volume foi bem mais expressivo. Ultimamente o preço do petróleo no mercado internacional vem registrando elevação, isso provavelmente terá um impacto positivo no volume de recursos recebido pelo RN agora em 2011.


15 março, 2011

ENERGIA EÓLICA NO RN: DEVERÍAMOS ATRAIR INDÚSTRIAS E NÃO SÓ USINAS

Com 41 usinas instaladas o Nordeste lidera a geração nacional de energia eólica. Essas 41 usinas totalizam 721 MW de capacidade instalada.

Na região quem detém a maior capacidade instalada é o Ceará (519 MW), seguido do Rio Grande do Norte (102 MW).

O Principal parque instalado em território potiguar é o de Alegria I, com capacidade de 51 MW. Até o final do ano será implantado em terreno localizado em área contigua a esse parque uma nova usina, chamada de Alegria II e que terá capacidade de 100,9 MW. Com a instalação dessas duas usinas o empreendimento Alegria (I e II) será o maior parque eólico da América Latina.

Em segundo lugar, dos parques já instalados, aparece a usina de Rio do Fogo, localizada no município de mesmo nome e com capacidade de 49,3 MW.


Veja abaixo uma lista com todos os empreendimentos eólicos instalados na região Nordeste, segundo dados da ANEEL.


Apesar de ocupar a segunda colocação na capacidade instalada de energia eólica no Nordeste, o RN tem condições de assumir em breve a liderança regional e nacional. Isso se dá em virtude do resultado do último leilão de energia eólica realizado no ano passado, onde os empreendimento localizados no estado que venceram a concorrência podem ampliar a nossa capacidade em mais 817 MW.

Todavia, o que tem me preocupado nesse assunto é que embora em termos de parques geradores o estado venha evoluindo nos últimos anos e demonstre uma boa perspectiva de ampliar signifcativamente sua capacidade de geração nos próximos anos, ainda estamos no zero quando o assunto é atrair indústria para atender a essas usinas que irão se instalar aqui e em outros estados do Nordeste.

Já vi várias notícias da instalação de plantas industriais de aerogeradores em alguns estados do Nordeste (notadamente Pernambuco e Ceará) mas não vi nenhuma sobre o RN.

Isso é preocupante porque o filé desse setor pode estar nas indústrias associadas aos equipamentos instalados no parque e não no parque em si. Afinal, uma pergunta sempre me vem à cabeça quando vejo um parque desses funcionado: quantas pessoas estão trabalhando aqui?

Vejam o exemplo do parque de Rio do Fogo. Depois da instalação do parque (que realmente demanda mão de obra para sua construção), não vejo um pé de pessoa trabalhando por lá. É certo que deve ter alguém, mas eu duvido muito que esse número chegue a 10 pessoas e que pelo menos uma delas seja daquele município. Com os avanços nas tecnologias de telecomando dessas usinas, a operação das mesmas acontece com a utilização de muito poucos trabalhadores.

Outro aspecto relevante é que, assim como o petróleo, a geração de energia elétrica não é tributada. Em outras palavras, tais usinas não pagam ICMS, pois esse imposto no caso da energia elétrica é cobrado apenas no destino final (consumo) e não na origem (geração).

Ora, se tais parques não geram um número de empregos relevantes durante a sua operação e nem impostos, não podem ser considerados como os melhores elos da cadeia do setor. 

Desse modo, precisamos mesmo é atrair empresas para produção de insumos utilizados nessas usinas (aerogeradores, torres, pás...) e prestadoras de serviços.

Precisamos também investir em centros de excelência na produção de conhecimentos para o setor (já temos o CTGás que atua no segmento, é alguma coisa mas não tudo). Nesse ponto a parceria entre a Petrobras e nossas universidades locais (principalmente UFRN) pode ser um bom exemplo de como um setor pode dinamizar as atividades científicas de uma localidade. Embora eu reconheça que o modelo Petrobras-UFRN não se transporta mecanicamente para o setor eólico

Portanto,  é ora de avançarmos nas nossas políticas para o setor eólico do estado e pararmos de nos contentar apenas com a expansão do parque gerador.

13 março, 2011

IMPORTAÇÕES DE RESINAS PLÁSTICAS

Na postagem abaixo eu apresento alguns dados sobre as importações de resinas plásticas pelas indústrias do RN. Essas resinas são utilizadas fabricação de produtos plásticos por algumas empresas industriais localizadas nos municípios de Parnamirim e Macaíba.

Em 2010 o RN importou cerca de US$ 23 milhões em resinas plásticas (polímeros). Esse número foi cerca de 56% superior ao volume importado em 2009, mas ainda 18% menor do que o record de 2008.

Acredito que as importações dessas resinam sejam lideradas aqui no estado pela atuação de três empresas: Dixie Toga, Laminor e Asperbras Tubos e Conexões. As duas primeiras estão localizadas em Parnamirim e a última em Macaíba.

Conforme já apontamos no post abaixo, a Dixie Toga e a Laminor são unidade fabris pertecentes a grupos multinacionais. A dixie Toga pertence  ao grupo norte-americano Bemys Company. Já a Laminor é o resultado de uma associação entre a Dixie Toga e o grupo finlandês Huhtamaki BV, cada um possuindo 50% da empresa.

Essas duas empresas produzem basicamente embalagens plásticas utilizadas por outras indústrias (destaque, por exemplo, para potes de margarina e tubos de creme dental).

A Asperbras Tubos e Conexões, por sua vez, possui uma unidade produtora no Distrito Industrial de Macaíba e  produz tubos e conexões utilizados nas atividades de irrigação.



O gráfico acima demonstra como entre 2004 e 2008 ocorreu uma forte expansão das importações de resinas plásticas pelas indústrias do RN. Em 2009, em função da crise que se abateu sobre a economia mundial e brasileira em fins de 2008, as importações tiveram uma forte redução, mas voltaram a crescer no ano passado.

As importações desses produtos são, em linha geral, um bom indicador do desempenho da indústria local de embalagens. Pois quando as importações sobem geralmente significa dizer que a produção está aquecida.

O gráfico abaixo apresenta o valor e o volume total acumulado pelo RN entre 1999 e 2010. Polipropileno, Polietileno e Copolímero são as principais resinas importadas pelo estado.

Não chequei essa informação, mas acredito que os EUA sejam o principal país fornecedor.


11 março, 2011

Balança Comercial do RN no Primeiro Bimestre - Destaques Para Importações de Polímeros e Cimento

No primeiro bimestre de 2011 o RN exportou US$ 35,8 milhões e importou US$ 27,1 milhões, registrando com isso um saldo de US$ 8,7 milhões.

Comparado ao mesmo período de 2010 as exportações registraram queda de 20% e as importações caíram 63%.

A queda das importações tem como principal causa o fato de que no primeiro bimestre do ano passado o estado registrou um grande volume de importações de turbinas eólicas para a implantação da usina eólica de Alegria I, localizada em Guamaré.

No caso das exportações, verificamos quedas importantes nas exportações de melão, bananas e açúcar.


Entre os produtos exportados a liderança ficou com o melão (US$ 8,6 milhões), seguido da castanha (US$ 7,2 milhões) e bananas (US$ (US$ 1,7 milhão).



Nas importações a liderança individual ficou com o trigo, cujas importações foram de US$ 2,9 milhões para um volume importado de 9,9 mil toneladas. Mas o grande destaque mesmo, em termos de grupo de produtos vai para a linha de polímeros (polipropileno, polietileno, copolímeros e outros). Esses produtos são usados basicamente na fabricação de embalagens plásticas (latas de margarina, tubos de creme dental, embalagens de iorgutes, doces, água mineral...).

Duas empresas que lideram a produção de embalagens no estado e provavelmente são as grandes importadoras desses produtos são a DIXIE TOGA e a LAMINOR, ambas localizadas em Parnamirim. A LAMINOR na verdade é uma subsidiária da DIXIE TOGA em sociedade com Huhtamaki BV. Esta última é uma multinacional finlandesa com atuação no segmento de embalagens.

A DIEXIE TOGA, por sua vez, também é uma multinacional controlada pelo grupo norte-americano Bemis Company, com sede em Wisconsin (EUA).



Outro destaque das importações é que pelo terceiro mês seguido o RN importa 5 mil toneladas de cimento do Vietnã. Nesse caso as importações foram realizadas pela Cimento Poty, que nada mais é do que a empresa de cimento do grupo Votorantim, que está construindo uma cimenteira no município de Baraúna/RN. 

03 março, 2011

Um Perfil das Ocupações com Mais Empregos e Melhores Salários no RN

Em 2010 foram gerados no RN 24.924 empregos formais. Foi o recorde de toda a série histórica do estado. Façamos agora uma breve apresentação mais detalhada desses empregos, enfocando basicamente aquelas ocupações com maior número de postos de trabalho criados e também as que pagam os melhores salários.

Em termos de ocupações que mais geraram empregos formais em 2010 no RN, o grande destaque vai para a construção civil, com a função de servente de obras como a ocupação que mais empregou no ano passado. Em segundo lugar aparece o emprego de pedreiro.

As atividades ligadas à indústria de confecção também se destacaram, sobretudo a ocupação de costureira.

Veja abaixo as 10 ocupações em 2010 com maiores saldos na geração de emprego formal no RN.


Entre essas ocupações com maiores saldos o salário médio mensal de admissão situa-se entre os R$ 493,18 da costureira à máquina na confecção em série e os R$ 654,59 do pedreiro.

Mas se você quer mesmo uma ocupação aqui no estado que lhe renda um bom salário, então tem que escolher entre as ocupações a seguir, que são aquelas que registraram os maiores salários médios de admissão dentre as que registraram saldo positivo.

Em primeiro lugar aparece um salário de R$ 15.000 para diretor de relações de trabalho. Mas esse é um emprego para pouco, pois foi aberta somente uma vaga em 2010 no RN. Mas o grande destaque entre as ocupações com maiores salários está com as engenharias. Das 20 ocupações com maiores salários de admissão em 2010, quase metade (9 exatamente) são vagas para engenheiros.

Entre os engenheiros o destaque vai para aqueles ligados à construção civil, pois é a engenharia civil aquela que mais postos de trabalho gera para a categoria.



Mas se você não tem nível superior e que uma ocupação de nível técnico, o destaque vai para o setor de enfermagem. É a ocupação técnica que em 2010 mais gerou emprego (301 vagas). Mas no setor de confecção também gerou um bom número de vagas.

Para o segmento técnico o menor salário médio foi o de técnico em confecção de vestuário (R$ 271,73) e os maiores foram o de técnico de controle de meio ambiente (R$ 1.931,71), técnico de obras civis (R$ 1.192,39) e técnico em radiologia e imagenologia (R$ 1.148,72).


01 março, 2011

A Produção Pesqueira do RN

Em 2009, segundo dados disponíveis pelo Ministério da Pesca, a produção pesqueira do estado totalizou 56,2 mil toneladas. No Brasil o RN ocupou a 10ª posição entre os maiores estados produtores e a 4ª colocação entre os estados do Nordeste.

Quase metade de nossa produção pesqueira é oriunda da aquicultura marinha, que no nosso caso representa basicamente o cultivo do camarão. Nesse seguimento o estado lidera a produção nacional, seguido do Ceará e por Santa Catarina.

Aliás, Santa Catarina lidera a produção brasileira de pescados, com destaque para a pesca marinha.

Um elemento que precisa ser destacado nesses números é sobre a aquicultura continental. No Nordeste os líderes nessa modalidade de produção pesqueira é o Ceará, com a Bahia ocupando a segunda colocação.

A aquicultura continental no Nordeste é representada principalmente pelo cultivo de tilápia em tanques redes localizados nas águas dos açudes da região. Nesse aspecto vale o registro do contraste entre a produção do Ceará e do RN.

O CE produziu em 2009 32,8 mil toneladas de peixes oriundos do cultivo em água doce. O RN, por sua vez, produziu apenas 1,08 mil toneladas.

Veja na Globo Rural deste mês uma matéria sobre a psicultura praticada em açudes públicos: GLOBO RURAL - O REBANHO DAS ÁGUAS.

O Estado ainda tem muito a investir nesse segmento da economia, aproveitando a grande disponibilidade de água doce acumulada nos açudes públicos localizados em território potiguar. 

Falta do governo estadual uma política mais consistente e agressiva para a disseminação dessa importante atividade de geração de emprego e renda para a população do interior. Deveríamos seguir o exemplo do nosso estado vizinho e disseminar o cultivo de tilápia nas águas dos nossos açudes.