Redirecionamento

28 dezembro, 2012

Portal Licita Fácil RN

Descobri hoje um interessante site sobre compras governamentais no RN. É o Licita Fácil RN, cujo acesso você pode fazer por aqui

Fiz um breve levantamento sobre as licitações cadastradas no site e que irão ocorrer entre 28/12/12 e 21/01/13. Serão 47 processo licitatórios, nas mais diversas modalidades, que totalizarão um volume total de compras estimado em R$ 66.94.088,39. 

Deste volume, apenas R$ 520,6 mil destinam-se exclusivamente a micro e pequenas empresas. Os demais são de ampla concorrência.

A CAERN responde pelo maior volume de compras, cerca de R$ 39,06 milhões, seguido da prefeitura de Mossoró (R$ 10,5 milhões) e da prefeitura de Assu (R$ 4,05 milhões).

A maior licitação ocorrerá no dia 11/01/13 às 9:00h. na modalidade presencial, cujo valor é de R$ 28,2 milhões e destina-se a aquisição de equipamento do tipo caminhões, hidrojatos, sucção, valetadeiras, munk, retroescavadeir e tanque pipa.


A Produção de Derivados de Petróleo na Refinaria Clara Camarão

Entre janeiro e novembro deste ano a Refinaria Potiguar Clara Camarão, localizada no município de Guamaré, processou 12,2 milhões de barris de petróleo e produziu 1.054.064 metros cúbicos de combustíveis. 

O principal derivado produzido foi o óleo diesel, com um total de 593.488 metros cúbicos, seguido da gasolina A (349.914 m³) e do querosene de aviação (110.662 m³).



20 dezembro, 2012

A Crescente Participação da Mulher no Mercado de Trabalho

Em 2010 o IBGE encontrou no RN 1.238.313 pessoas ocupadas e que possuíam 10 anos ou mais de idade. Destas, 743.746 eram homens e 494.567 mulheres.

Ao longo dos anos uma das principais características do mercado de trabalho brasileiro é a participação crescente das mulheres. Isso fica claro quando vemos que, em 2000, as mulheres representavam 36% da força de trabalho ocupada no RN. Em 2010 esse percentual subiu para 39,94%.


Outro dado interessante é que, no RN, o número de mulheres com 10 anos ou mais de idade ocupadas no mercado de trabalho cresceu 50,3%, saindo de 329.106 mulheres ocupadas em 2000 para 494.567 em 2010. No caso dos homens esse crescimento foi de apenas 27,6%.




Há uma clara distinção entre o perfil dos homens e das mulheres ocupadas segundo o nível de instrução. As mulheres possuem, nitidamente, um perfil educacional melhor. Enquanto nos homens ocupados apenas um terço (33,42%) possui pelo menos o ensino médio completo, entre as mulheres esse percentual é de 52,24%.

Cerca de 6,9% dos homens ocupados no RN possuem nível superior completo. Já entre as mulheres esse percentual é de 15,43%.

Além disso, apesar de no geral o número de homens ocupados ser maior do que o de mulheres, entre as pessoas com superior completo ocupadas o predomínio é do sexo feminino. No RN havia em 2010 127.751 pessoas com curso superior completo, sendo 76.333 mulheres e 51.418 homens.




15 dezembro, 2012

A Baixa Demanda no Leilão de Energia A-5

Ontem a Empresa de Pesquisa Energética realizou o leilão de energia A-5, para entrega em 2017. 

No Brasil todo haviam se cadastrado para participar do leilão um total de 525 projetos, com oferta de 14.181 MW. Desse total, 484 projetos era de investimentos em energia eólica, cuja capacidade era de 11.879 MW.

O RN tinha o terceiro maior número de projetos e de volume ofertado. Foram 94 projetos eólicos no estado com oferta total 2.318 MW. A Bahía e o Rio Grande do Sul lideraram a oferta de energia eólica.

Todavia, ao final do leilão só foram contratados 10 projetos eólicos com uma potência instalada de 281,9 MW. Nenhum projeto do RN foi contratado. O preço da energia foi muito baixo, apenas 87,94 R$/MWh

Ontem à noite o Presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, me respondeu pelo twitter as razões pelas quais foram adquiridos tão poucos MWh das usinas eólicas. Abaixo a reprodução da breve "conversa".


"  Preços INVIÁVEIS para a eólica. Fato."// Os investidores terão de depositar garantias financeiras
10 hAldemir Freire ‏@aldemirrn
   olhando aqui do RN achei o volume de eólica (comparado ao q foi habilitado), muito baixo. Qual pbl?


   a demanda das distribuidoras a ser atendida foi pequena

   parte dela vai ser atendida pela entrada de
grandes usinas que foram contratadas (B. Monte, jirau, etc)





14 dezembro, 2012

Vendas do Comércio no RN: Consolidação do Crescimento

Quem acompanha o blog já deve saber que aproximadamente a partir do início de 2011 as vendas do comércio varejista do RN iniciaram uma trajetória de desaceleração em seu ritmo de crescimento. Não estamos falando em queda das vendas, mas sim em um ritmo menor de crescimento.

O piso dessa desaceleração ocorreu no segundo trimestre de 2012.

Quem me acompanha também deve saber que em fins do ano passado eu havia afirmado que ao longo deste ano as vendas do comércio voltaria a se acelerar. Originalmente eu imaginava que essa aceleração se daria ainda no primeiro semestre do ano. Todavia, conforme veremos a seguir, somente no segundo semestre de 2012 é que ficou claramente nítido o movimento de aceleração das vendas locais.


O gráfico acima demonstra que desde aproximadamente maio deste ano o ritmo de crescimento das vendas no estado se aceleraram para um patamar cerca de duas vezes e meia maior do que aquele registrado no primeiro quadrimestre de 2012.

As políticas de desoneração tributária, a queda dos juros e o aumento do crédito foram os principais fatores determinantes de nova aceleração. Acredito que as vendas do comércio crescerão em patamares ao redor do 10% ou mais (com pisos na casa de 8%) nos próximos meses até pelo menos meados do próximo ano (ou até fins de 2013).

Ainda não apareceu os efeitos da redução da inadimplência. Apesar desta ter se estabilizado, é possível que nos próximos meses caia com mais consistência e jogue mais lenha na fogueira do comércio. 

Portanto, vejo que o comércio do RN se aquecendo nos próximos meses.




13 dezembro, 2012

Concentração, Desconcentração e Reconcentração nos PIBs Municipais do RN?

Ontem o IBGE divulgou os dados dos PIBs dos municípios brasileiros. No caso do RN uma das questões que me chamou a atenção foi o movimento de concentração x desconcentração do PIB entre os municípios do estado.

A questão básica que se coloca é: a economia do Rio Grande do Norte está apresentando um movimento de concentração ou de desconcentração econômica nos últimos anos?

Entendo que quanto mais desconcentrada for uma economia melhor ela será e maior seu potencial de crescimento.

Os dados revelados por uma séria histórica de 11 anos (1999-2012) revela dados contraditórios.

Em primeiro lugar, entre 1999 e 2008 Natal, município com o maior PIB do estado, recuou sua participação de 43,25% para 34,77%. Foi praticamente uma queda de um ponto percentual por ano.

Todavia, os ganhos de participação ficaram restritos principalmente a 5 outros municípios. Nesse mesmo intervalo os PIBs somados de Mossoró, Parnamirim, Guamaré, São Gonçalo do Amarante e Macaíba avançaram de 18,94% para 28,15%.

Todos os outros 161 municípios do RN perderam, em conjunto, 0,72 pontos percentuais de participação nesse período.


Entre 2008 e 2010, porém, a tendência de perda de participação de Natal no PIB do estado se reverteu. Nesse biênio a capital potiguar ganhou 2,33 pontos percentuais de participação. Esse ganho se deu em detrimento tanto daqueles 5 municípios listados acima e que vinham ganhando participação quanto dos demais municípios.

Esse dado pode estar apontando para uma reconcentração espacial da economia do estado em torno de sua capital, movimento que reverte a tendência verificada ao longo da década passada. É certo, porém, que tal desconcentração que vinha ocorrendo era apenas parcial, pois se referia a poucos municípios do estado.

Esse movimento pode ser visualizado mais claramente no Índice de Gini do PIB dos municípios do RN. Conforme podemos ver no gráfico, mesmo com Natal perdendo participação entre 1999 e 2008 o índice subiu, ou seja, a economia tornou-se mais concentrada. Com os resultados dos últimos dois anos disponíveis (2009 e 2010), com Natal voltando a ganhar participação, o índice sofre um novo impulso para cima.

Diferente do que vem acontecendo no Nordeste, cuja concentração espacial do PIB municipal vem em tendência de queda, no RN a tendência é de aumento. Os dois índices, que já foram muito mais favoráveis ao nosso estado, estão progressivamente convergindo.


Aliás o RN possui a 6º pior Índice de GINI do país e o maior do Nordeste, conforme podemos ver no gráfico abaixo.



O Índice de Gini é uma medida do grau de concentração de uma distribuição, cujo valor varia de 0 (zero) - a perfeita igualdade, até 1 (um) - a desigualdade máxima


11 dezembro, 2012

As Exportações do RN em Novembro de 2012

Em novembro as exportações do RN foram de US$ 34,8 milhões, um crescimento de 7,6% sobre o volume exportado no mesmo mês do ano passado. Já as importações totalizaram US$ 22,5 milhões, com queda de 16,12% sobre novembro de 2011.

Normalmente nos meses que vão de outubro a dezembro de cada ano ocorre o pico de exportações do estado, puxado sobretudo pela entrada da safra de melão.


No acumulado do ano, porém, as exportações do Rio Grande do Norte registram uma queda de 2,4%. Entre janeiro e novembro deste ano o estado exportou aproximadamente US$ 237 milhões, contra um total de US$ 242,8 milhões no mesmo período do ano passado.



O principal item da pauta de exportações do RN são as frutas tropicais. Esse ano o volume exportado pelo estado (janeiro a novembro) ficou em US$ 111,2 milhões, contra US$ 117,03 milhões no mesmo intervalo de 2011.


Os dois principais produtos exportados pelo estado são o melão e a castanha. No ano as exportações de melão cresceram 7% em valor em relação ao ano passado. Já no caso da castanha ocorreu uma queda de 22%. A queda nas exportações de castanha foi motivada sobretudo pela falta de produto no mercado em decorrência da forte seca que assolou o estado. Os três principais produtores de castanha do Brasil (Ceará, Piauí e RN) tiveram essa ano uma perda significativa na safra de castanha.



08 dezembro, 2012

07 dezembro, 2012

A Maior Queda da Safra de Castanha nos Últimos 20 anos

A seca que atingiu o Nordeste foi devastadora para a produção de castanha de caju. Em anos de pluviometria normal a região responde por mais de 90% da produção brasileira .

Segundo o último Levantamento Sistemático da Produção Agrícola Brasileira (LSPA) do IBGE, em 2012 o Brasil irá produzir 87,7 mil toneladas de castanha, uma queda de 62% frente à produção de 230,8 mil toneladas em 2011.

Proporcionalmente será a maior queda na safra brasileira de castanha. Outras grandes quebras na produção ocorreram nos anos de 1998 (-56,84%) e 2010 (-52,68%).

No Piauí a queda já chega a 80,5% da produção. No RN o IBGE aponta para uma retração de 66,4% e no Ceará a queda será de 60,66%.


Como o LSPA é um levantamento preliminar, sendo que os números finais só são fechados no início de 2013 quando o IBGE volta a campo para fazer o levantamento da Produção Agrícola Municipal, é provável que essa queda seja ainda maior, sobretudo no RN. Aqui no estado a região leste do estado ainda não está com a safra encerrada e os números finais podem sofrer alterações.


No RN o município mais atingido foi Serra do Mel, que detém a maior área cultivada de castanha do estado e a terceira maior do Brasil.


05 dezembro, 2012

Lagoa de Pedras foi o município do RN que mais avançou no Índice FIRJAN

A Federação das Indústrias do RJ, FIRJAN, vem publicando nos últimos anos um interessante estudo denominado Ínidce FIRJAN de Desenvolvimento Municipal.

Os municípios melhor classificados em 2010 no RN foram Natal, Parnamirim e Mossoró. O interessante é que apesar da lista dos 10 melhores em 2010 ser a mesma de 2000, a posição desses municípios se alterou ao longo da década. Parnamirim ultrapassou Mossoró e saltou da terceira colocação em 2000 para a segunda em 2010.

Jardim do Seridó era o sétimo colocado em 2000, ultrapassou Pau dos Ferros e e Guamaré e passou a ocupar a quarta colocação em 2010. Outro que ganhou posição dentro do ranking dos 10 melhores foi parelhas, que ultrapassou Caicó e saiu da décima para a nona colocação.

Portanto, nesses 10 anos, entre os municípios melhores colocados no ranking FIRJAN de desenvolvimento municipal, Parnamirim, Jardim do Seridó e Parelhas ganharam posições. Por outro lado, Mossoró, Guamaré, Pau dos Ferros e Caicó caíram no ranking estadual.


Outra abordagem interessante sobre o assunto é se perguntar quais os municípios que, proporcionalmente, mais avançaram no Índice FRIJAN nessa década.

Nesse caso no RN se destaca o município de Lagoa de Pedras, com avanço de 85% no índice entre 2000 e 2010. Além dele também aparecem com avanços superiores a 75% os municípios de Serrinha, São José do Campestre e São Rafael.



Em Lagoa de Pedras o maior avanço ocorreu na dimensão emprego e renda, cujo índice subiu 129% em uma década.




02 dezembro, 2012

AS CHUVAS PODEM CONTINUAR ESCASSAS SOBRE O NORDESTE DO BRASIL

Previsão recente do INPE para o trimestre de dezembro de 2012 a fevereiro de 2013 não são muito boas para a região do Nordeste brasileiro. Segundo o referido instituto "a previsão climática de consenso para o trimestre que inicia em dezembro de 2012 e termina em fevereiro de 2013 continua indicando maior probabilidade de ocorrência de chuvas na categoria abaixo da faixa normal (40%) para grande parte da Região Nordeste."





Em 2012 a seca provocou fortes prejuízos na produção agrícola e pecuária do Rio Grande do Norte. Conforme podemos ver abaixo a queda da produção em algumas culturas chegou a 90%.



29 novembro, 2012

Geração Termelétrica no RN Continua em Alta

As termelétricas localizadas no território potiguar continuam com uma elevada produção mensal de energia elétrica. Essa produção alta objetiva economizar água nos reservatórios, uma vez que a curva de energia armazenada nos mesmos está abaixo da média histórica.


Por outro lado, a volta do aquecimento da economia da região Nordeste fez a curva de demanda subir ao longo deste ano. Conforme podemos ver abaixo o consumo de energia elétrica na região está acima daquele verificado em 2011.


Diante de um quadro de demanda aquecida e de reservatório com baixo nível de acumulação de água o Operador Nacional do Sistema decidiu aumentar a carga das usinas termelétricas. No estado foram beneficiadas sobretudo a Termoaçu, localizada em Alto do Rodrigues e cuja produção vem girando em torno de 310 Mwh, e as duas temelétricas (Potiguar e Potiguar III) a óleo combustível localizadas no município de Macaíba.


Nas últimas quatro semanas o estado tem gerado em torno de 500 Mwh, sendo que aproximadamente 90 Mwh tem sido de energia eólica e o restante de fontes fósseis, onde aproximadamente 310 Mwh em termelétrica a gás e outros 100 Mwh em termelétricas movidas a óleo combustível. No caso dessas últimas as mesmas são as mais caras e mais poluentes na matriz energética brasileira.

28 novembro, 2012

O Forte Crescimento da Movimentação do Porto de Natal em 2012

Conforme já sinalizamos em postagens anteriores, 2012 caminha para ser um ano de record na movimentação de carga no porto de Natal.

Entre janeiro e setembro deste ano o referido porto havia movimentado 8.567 contêneires, um crescimento de 67% em relação ao mesmo período do ano passado. Em termos de TEU ( (em inglês: twenty feet equivalent unit), unidade de medida habitualmente utilizada no setor, o crescimento este ano chega a 70%.


No caso das cargas em geral (por exemplo as importações de trigo e as exportações de minério de ferro), o crescimento também tem sido expressivo. Nesse ano (jan-set) o porto já movimentou o equivalente a 280 mil toneladas de mercadorias, contra uma movimentação de 178 mil toneladas no mesmo período do ano passado. 

O crescimento ocorreu sobretudo nas cargas de embarque, cujo volume praticamente triplicou este ano em comparação com 2011.


25 novembro, 2012

Uma Entrevista Atual: "A infraestrutura é um nó que impede o crescimento mais rápido do RN"

Faz quase um ano que concedi a entrevista abaixo para o Jornal Tribuna do Norte. Os dados divulgados na última sexta-feira pelo IBGE sobre o PIB do RN em 2010 reforçam o que disse 12 meses atrás. Repetiria tudo hoje sem tirar uma vírgula. 


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Entrevista a Renata Moura - Editora de Economia do Jornal Tribuna do Norte

No período de oito anos compreendidos entre 1995 e 2002, nenhum estado do Nordeste e nem o país cresceram tanto quanto o Rio Grande do Norte. Enquanto o estado avançou 24,51% no período, vizinhos como o Ceará e Pernambuco nem sequer alcançaram o patamar de 15%. Boa parte da expansão da economia potiguar era creditada ao desenvolvimento da indústria do petróleo. Com a queda na produção em decorrência do amadurecimento dos campos, a indústria, porém, perdeu força. Outras atividades econômicas de peso  desaceleraram e o resultado dessa equação foi uma inesperada marcha lenta para o RN. Para se ter ideia de como o estado passou de protagonista à coadjuvante na região, o crescimento registrado entre 2002 e 2009 ficou na casa dos 24,60%. Enquanto isso, o de Pernambuco, por exemplo, dobrou. O do Piauí mais que triplicou. Todos os outros estados se expandiram mais que o RN. Para o economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no estado (IBGE RN), José Aldemir Freire, investimentos realizados nos vizinhos e deficiências na infraestrutura potiguar estão entre as possíveis razões para a perda de ritmo. Nesta entrevista, ele faz uma análise de indicadores recentes e, mais do que isso, aponta desafios que o estado terá de vencer para retomar posição de destaque, num cenário regional cada vez mais dinâmico. Freire também observa que o crescimento, embora abaixo dos demais estados, ficou socialmente mais juto. Como houve também essa transformação, ele comenta a seguir. Confira a entrevista:

aldair dantasJosé Aldemir Freire, economista e chefe do IBGE no RNJosé Aldemir Freire, economista e chefe do IBGE no RN

Fazendo uma retrospectiva além de 2011, temos dados que mostram desaceleração da economia do Rio Grande do Norte. Que análise é possível fazer dos últimos anos?

De 1985 até o início dos anos 2000, a tendência da economia do Rio Grande do Norte foi crescer mais do que a economia brasileira e mais do que a economia nordestina. Isso porque nesse período houve a expansão da indústria do petróleo no estado, da fruticultura irrigada, com frutas como melão, e de setores como a indústria têxtil. A partir do início dos anos 2000 não é que o ritmo de crescimento desacelerou. Nosso ritmo de crescimento ao final da década de 2000, em 2007, 2008, 2009 (o de 2009 foi divulgado na última semana) é mais acelerado que no início da década, mas passamos a ter uma dinâmica de crescimento inferior à média nacional e do Nordeste. Não é que estejamos crescendo menos do que estávamos. Estamos crescendo mais. Mas a economia brasileira e a nordestina aceleraram mais.

Por que a marcha lenta em relação a outros Estados?

Uma das razões para isso está no esgotamento da economia do petróleo. Desde meados da década o estado vem produzindo cada vez menos petróleo. Este ano há sinais de leve recuperação. O cultivo de camarão também perdeu força. Além disso, você teve no país uma série de grandes investimentos em infraestrutura que não tivemos no RN. Você tem investimentos ligados ao pré-sal, outros nos portos de Suape (PE) e Pecém (CE), que estão transformando esses estados em pólos econômicos maiores. Tem também a construção da ferrovia  Transnordestina (que pretende ligar os portos de Suape a Pecém. Tudo em outros estados. Você teve desenvolvimento do Oeste da Bahia, no Sul do Piauí, no Maranhão. Todos se desenvolveram nessa década. Foram economias que se expandiram nesse período no Nordeste e que puxaram  a economia da região.

Por que o Rio Grande do Norte não acompanhou esse movimento?

O RN cresceu. Aumentou o ritmo de crescimento comparado ao início da década. Mas houve investimentos estruturais em outros estados  que acabaram puxando mais esse crescimento do que o nosso. Mas há uma diferença entre nosso crescimento pós anos 2000 e o que tínhamos antes. É que ele passou a ser melhor distribuidor de renda. Tivemos um crescimento antes dos anos 2000 puxado muito pela produção (em grande parte pela produção de petróleo), mas  bastante concentrador de renda. De 2002 ou 2003 para cá o que se tem é um crescimento puxado pelo consumo e equitativamente mais justo. É tanto que apesar de os indicadores de concentração de renda permanecerm altos, essa concentração de renda diminuiu. E diminuíram os indicadores de pobreza. Então o padrão de crescimento agora, desse ponto de vista, é melhor. Mudou o padrão de setores que puxam a economia. A economia passa a ser puxada por setores associadaos à demanda, à credito, à renda (como são os casos do comércioe  da construção civil).  Temos um padrão de crescimento mais desconcentrador de renda. E socialmente mais justo.

Mas quando se fala em tantos investimentos em outros Estados, a impressão que se tem é que o RN ficou estático, enquanto os outros se moviam. Por que o Estado não acompanhou essa dinâmica de investimentos necessários em infraestrutura, que estão transformando esses outros Estados em polos de crescimento?

Na verdade, tivemos alguns investimentos, como a duplicação da BR 101, a expansão da refinaria em Guamaré, instalação de algumas indústrias. Mas fora isso você não consegue visualizar como visualiza em Pernambuco, por exemplo. Em Pernambuco você visualiza uma leva de investimentos associados à Suape, a refinaria, uma série de indústrias para atender a região Nordeste. Um exemplo disso você nos supermercados, onde a maior dos os alimentos industrializados vem de Pernambuco. A mesma coisa aconteceu no Ceará. De fato, ficamos sem esses investimentos estruturantes.

É falta de investimento em infraestrutura que está deixando o RN para trás na captação de grandes investimentos, é falta de agressividade na concessão de incentivos? O que está faltando?

Em parte é falta de infraestrutura. Umas das razões alegadas para termos perdido a refinaria foi a falta de um porto. Temos um porto, mas não é competitivo. Outro fator é que as economias de Recife, Fortaleza e Salvador são mais robustas. Do ponto de vista lógico, do empreendedor, é melhor instalar uma indústria perto de Recife, perto do mercado consumidor, e transferir para cá apenas uma pequena parte da produção, do que instalar aqui, vender só uma parte aqui e transferir para lá grande parte da produção. Os custos dele com deslocamento seriam maiores. Seria preciso ter vantagens para reduzir esse custo de deslocamento. Essas economias lá (de outros estados) são mais dinâmicas pela própria estrutura que elas têm. Para a Bahia foram indústrias automobilísticas.  Maranhão, Piauí estão crescendo na produção de grãos. Há fatores que impulsionam essas economias  que são recursos naturais, outros são de infraestrutura. Acho que a questão é mais estruturante. Mas para os próximos anos você vê alguns reforços no RN: os investimentos em energia eólica e o aeroporto, por exemplo. Temos também algumas grandes lutas do ponto de vista estruturante.

Por exemplo?

A duplicação da BR  que vai a Fortaleza, transformar o aeroporto de São Gonçalo em mais que um aeroporto de passageiros. A questão do porto é outra. O Porto aqui dentro da cidade é inviável. E não adianta expandi-lo para a outra margem do rio. Há questões ambientais envolvidas. Outra: os portos do Nordeste que se desenvolveram recentemente foram construídos fora da área urbana. Não faz sentido reforçar esse porto. Ele deveria se converter num porto para navios turísticos e o porto de cargas iria para o interior, mais perto das regiões produtivas. E aí você construiria uma malha ferroviária para esse porto. Há uma ideia em Natal de construir malha ferroviária ligando o porto ao aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Eu sempre ouvi dizer que carga ferroviária é competitiva a longas distâncias. Com grandes volumes. Para que construir essa ligação? É inviável. Eu acho que há uma indefinição grande por parte dos gestores públicos sobre o que se quer em porto, aeroporto e ferrovia. E não estou me reportando só a esse governo..É preciso definir aonde  quero um porto, que áreas serão interligadas pela linha ferroviária pela qual vou lutar. É preciso definir quais são as grandes obras estruturantes que o estado precisa. Não pode ficar com mais de uma proposta. Não pode haver indefinição nisso. Temos vários planos de desenvolvimento regionais, cada um com uma ideia. E não se tem um esforço conjunto por essa infraestrutura. Do ponto de vista estruturante a grande batalha da década seria o reforço da malha logística do estado.


Você falou de atividades e deficiências que fizeram com que a economia potiguar caminhasse mais lentamente, mas em 2011 tivemos também alguns fatores externos como a crise global e inflação. Qual é o balanço do ano? Como esses fatores externos impactaram a economia potiguar?

Nós crescemos hoje seguindo a dinâmica nacional. Em 2010 crescemos muito. Não temos os dados do PIB do ano ainda, mas devemos ter crescido e torno de 7%, como cresceu o Brasil. Nacionalmente, a economia em 2011 deu uma desacelerada, ocasionada sobretudo pelas políticas de contenção ao crédito e aumento de juros que visaram justamente combater a ameaça de inflação. Isso acabou afetando nossa economia. Desaceleramos. Vamos crescer provavelmente no ritmo nacional, metade ou menos do que crescemos em 2010. O único setor que foi bem no RN foi a  agropecuária, porque 2010 foi ano de seca e neste ano foi diferente. Mas o peso da atividade  no estado é pequeno. Bom, a produção de petróleo também parou de cair. Mas o comércio desacelerou - embora alguns setores estejam crescendo, como a parte de smartphones, tablets e notebooks. A construção foi outra que deu uma desacelerada. Você já não vê uma efervescência de lançametos como há alguns nos. As exportações estão no mesmo patamar de 2010. O emprego cresce em ritmo menor. No geral, quando se olha para 2011, se vê nitidamente a desaceleração no RN, acompanhando a desaceleração da economia brasileira.  Em 2012, embora ainda seja incerto por causa da crise global, estaremos pelo menos no ritmo de 2011, na faixa de 3%. Uma aceleração deve vir em 2013 e 2014.

O Rio Grande do Norte vem experimentando um crescimento muito baseado na indústria eólica, nos últimos dois anos. Mas esse crescimento é sustentável?

A energia eólica não vai se transformar no motor do desenvolvimento do RN. É diferente da economia do petróleo que se instala e fica por muitos anos com capacidade grande  de geração de riqueza. No caso das eólicas ficamos com a  parte menos nobre das indústrias: ficamos com os parques eólicos. A parte mais nobre é a de produção de equipamentos para essa indústria. Aí você não dependeria da implantação de parques aqui. Você teria o mundo inteiro como mercado. Mas a infraestrutura nos faltaria também para isso. A indústria iria exportar por onde? Pelo nosso porto? É uma dificuldade porque o porto está dentro da cidade. Hoje temos um boom de investimentos associado aos parques eólicos, mas depois o impacto na economia deixa de ser expressivo. Eles não geram, por exemplo, muitos empregos após as obras. Em algum momento o setor vai perder o seu dinamismo. E os maiores impactos vão ocorrer nos municípios que estão recebendo as construções. Mas vamos aproveitar o momento (de boom) que temos agora.

Dados recentes do PIB e sobre pobreza mostram que o Estado tem municípios ricos (como os produtores de petróleo, que têm recebido também investimentos na área de energia), mas com populações pobres. Por que esse descompasso?Nossos municípios não prepararam suas populações para se inserirem nessas economias. Ou prepararam para serem peões da construção civil e das usinas eólicas. Em Guamaré, por exemplo, quem trabalha na Petrobras é gente de fora ou de Natal. Os municípios não criaram condições para suas populações competirem em igualdade com os forasteiros. Isso leva a uma situação esdrúxula em que há um município rico com uma população pobre.

Em meio a esse cenário de perda de fôlego do Estado, houve avanços também?

Tivemos ganhos nesse período. Tivemos um avanço significativo na redução da desigualdade social, tivemos avanço significativo na redução da pobreza, tivemos aumento de renda da população, melhoria na educação, no acesso a energia, ao saneamento básico. O RN de hoje é melhor que o de 10 anos atrás. Os indicadores sociais e econômicos apontam isso. Mas essa melhoria poderia ser acelerada, poderia ser melhorada, se equacionassemos as nossas deficiências estruturais. Sem infraestrutura o estado continuará crescendo menos que os outros estados. A Infraestrutura é fundamental. E é um nó que impede o crescimento mais rápido do RN.

24 novembro, 2012

A Perda de Competitividade da Economia do RN

Hoje faz exatamente um ano que fiz uma postagem no blog onde afirmava que "Desde 2003 que o padrão de crescimento do RN vem sendo, sistematicamente, inferior à média de crescimento do Brasil e da Região Nordeste. Essa situação contrasta com o período imediatamente anterior (1996-2002), quando a economia do RN cresceu em todos os anos em um ritmo superior às economias brasileira e nordestina."

Alem disso, como em 2009 o crescimento do PIB do RN foi maior que o crescimento do PIB brasileiro e nordestino, eu dizia também que "esse maior crescimento do PIB do RN frente ao Nordeste e ao Brasil em 2009 é um ponto fora da curva na tendência recente do crescimento do estado."

 Para acessar a essa postagem de novembro de 2011 click aqui.

Ontem o IBGE divulgou os resultados do PIB de 2010. Os dados só confirmam a minha tese escrita um ano atrás: o RN vem perdendo competividade de crescimento no contexto da economia brasileira e nordestina.

Nos anos recentes ocorreu de fato uma aceleração no ritmo de crescimento do estado, mas a aceleração verificada no Nordeste e no Brasil foi bem superio ao que ocorreu no Rio Grande do Norte.

Em 2010 o estado teve um dos mais baixos crescimento do país e do Nordeste. No acumulado ao longo da década nosso desempenho também fica na rabeira do ranking nacional.

Além desse desempenho ruim as perspectivas para 2011 e 2012 não são muito melhores. Nesse biênio o crescimento do estado muito provavelmente foi abaixo do de 2010 e quase seguramente também inferior ao ritmo do país e da nossa região.

Abaixo segue os principais resultados do IBGE para o PIB do Rio Grande do Norte em 2010. Habitualmente não gosto de fazer cópia de reportagens já publicadas em jornais, mas o material da Tribuna do Norte ficou tão bom que estou reproduzindo abaixo seu infográfico.


21 novembro, 2012

Breve pausa nas postagens

Essa semana estou participando do XVIII Encontro Nacional de Estudos Populacionais, promovido pela Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP). Por isso as postagens estão paradas. Mas na próxima semana elas retornam ou na próxima sexta ou sábado (23 ou 24 de novembro), com uma postagem sobre o PIB do RN em 2010, cujos dados o IBGE divulga no próximo dia 23/11.

14 novembro, 2012

Perfil dos Gestores de Educação e Saúde nos Municípios do RN - Qualificação X Autonomia

Ontem, 13/11, o IBGE divulgou a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC 2011), que retrata o perfil das administrações públicas municipais brasileiras em seus mais diversos aspectos.

Um aspecto que me chamou a atenção foi o perfil dos gestores municipais das áreas de saúde e educação dos municípios do RN. 

Esse dois setores geralmente abrigam as mais importantes secretarias municipais e o desempenho de cada um deles tem um impacto significativo na vida dos munícipes. Além disso, dada a crescente complexidade exigida pela condução dessas pastas (complexidades legais, técnicas, de planejamento, monitoramento e avaliação das ações dessas secretarias), é de se esperar que os gestores dessas áreas no município passem por uma crescente especialização, com profissionais habilitados e capacitados tecnicamente para o desempenho de suas funções.

Em primeiro lugar, cabe destacar que para ambas as áreas predomina secretários municipais do sexo feminino. Na educação o percentual é de 64% de mulheres e na saúde é de 67%. A idade predominante desses gestores municipais, para as duas áreas, é entre 41 e 60 anos.

Mas dois outros indicadores chamam bastante a atenção de quem se debruça sobre os dados da pesquisa. O primeiro deles é que existe uma grande disparidade em termos de perfil educacional dos gestores de educação e saúde no RN (essa disparidade também se repete à nível nacional). Enquanto na educação 98% dos titulares dos órgãos responsáveis pela educação no município possuem cursos de graduação ou pós-graduação (53% possuem pós), na área de saúde o percentual é de apenas 65%.

Mais interessante ainda, em 30% dos municípios do RN (50 localidades), os secretários(as) municipais de saúde possuem no máximo o ensino médio. Aliás em 8 cidade o secretário(a) municipal de saúde não possui nem o ensino médio completo.


Mas há ainda um segundo indicador que embaralha essa análise. Paradoxalmente, embora os gestores municipais de educação dos municípios do RN possuam, na média, um grau de qualificação bem melhor que os gestores municipais de saúde, são estes últimos que possuem maior liberdade para gerir os recursos públicos da área.

Segundos os dados da MUNIC 2011, os gestores municipais da educação nos municípios do RN respondem por apenas metade dos fundos municipais de educação. Em outros termos, em metade dos municípios do RN os gestores dos fundos municipais de educação não são os respectivos secretários(as) de educação. Uma parcela expressiva da gestão desses fundos está vinculada ao gabinete do prefeito.

Na área de saúde, por sua vez, em 83% dos municípios a gestão do fundo municipal de saúde está com o gestor da área de saúde.



A impressão que eu tenho é que na área de educação uma grande parte dos prefeitos escolhe o secretário(a) da área a partir de suas qualificações técnicas (obviamente que isso não descarta em absoluto aspectos políticos dessa escolha). Todavia, não concede a essa pessoa autonomia financeira para o exercício de suas funções. O gestor da educação nesses municípios provavelmente possui mais liberdade para a organização pedagógica do sistema municipal de ensino e menos  liberdade para a gestão financeira da área. Claro que fica a indagação sobre a qualidade da gestão financeira dessa área e sobre quem define, e sob quais critérios, os destinos dos recursos do fundo municipal de educação.

Na saúde, porém, apesar do gestor da área nos municípios possuírem menos qualificação, os mesmos são responsáveis pela gerência das disponibilidades financeiras de seus respectivos fundos.

13 novembro, 2012

RN é o 4º Maior Exportador Brasileiro de Frutas

Quem acompanha o blog já sabe que o principal item da pauta de exportações do RN são as frutas (incluído castanha de caju). O estado, assim como a região Nordeste do país, é um dos grandes exportadores desses produtos.

Entre janeiro e outubro de 2012 o Brasil exportou US$ 683,3 milhões em frutas, sendo que as principais nesse período foram: castanha de caju (US$ 161,8 milhões), mangas (US$ 99,66 milhões), uvas (US$ 98, 3 milhões), melões (US$ 86,9 milhões) e limões (US$ 50,4 milhões).

Os principais estados exportadores de frutas são: Ceará, Bahía, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Juntos esses quatro estados do Nordeste respondem por 73% das exportações brasileiras de frutas.


Caem as Exportações do Rio Grande do Norte

Entre janeiro e outubro de 2012 o Rio Grande do Norte exportou US$ 202,2 milhões. Esse valor é 3,94% menor do que o registrado no mesmo período de 2011.

No começo do ano eu acreditava que as exportações do estado iriam chegar a aproximadamente US$ 300 milhões, cerca de US$ 20 milhões a mais do que as exportações totais de 2011, que foram de US$ 281,2 milhões. No momento atual, porém, já descarto quase que completamente a possibilidade de nossas exportação alcançarem a ordem dos US$ 300 milhões e hoje duvido muito até que consigamos repetir o mesmo número do ano passado. Tenho a impressão de que ficaremos com um valor exportado abaixo do registrado em 2011.


Conforme podemos ver no gráfico acima os valores exportados em outubro de 2012 foram decepcionantes frente a esse mesmo mês do ano passado. Ocorreu uma queda de 24%. Em outubro de 2011 o RN exportou US$ 35,76 milhões, nesse mesmo mês em 2012 as exportações caíram para US$ 27,2 milhões.

No contexto do Nordeste, ao longo dos 10 primeiros meses do ano, o RN apresenta o terceiro pior desempenho. Somente Alagoas e Ceará registraram um desempenho pior que o nosso ao longo deste ano. Na região as exportações totais cresceram 3,94%.


Um dado interessante é que dos US$ 15,8 bilhões exportados pelo Nordeste ao longo dos primeiros 10 meses de 2012, cerca de 60% saíram da Bahia. O Rio Grande do Norte respondeu por apenas 1,3% das exportações da região nesse período.



12 novembro, 2012

Vendas de Automóveis Aumentam e Caem as de Moto

Os mercados de automóveis e motos no RN em 2012 vem apresentando um comportamento absolutamente  distinto ao longo deste ano. 

As vendas de automóveis novos ao longo dos primeiros nove meses do ano no estado alcançaram um volume de 22.392 unidades, um crescimento de 16,76% sobre o mesmo período do ano passado.

No caso das motos foram vendidas no RN entre janeiro e setembro deste ano um total de 24.210, queda de 11,44% sobre as 27,336 vendidas no mesmo período do ano passado.

Esse movimento também está sendo registrado no mercado brasileiro, ou seja, de crescimento nas vendas de automóveis e queda nas vendas de motos. Muito provavelmente os incentivos fiscais concedidos a venda de veículos novos vem afetando o mercado de automóveis positivamente. Sem esses incetivos as vendas de motos estão em queda. Outra possibilidade, porém, seria que o mercado de motos já estaria "maduro" e a população, com renda mais elevada, estava deixando de comprar as mesmas para comprar carros.


07 novembro, 2012

Mossoró/RN no Mapa da Construção de Sondas Para a Petrobrás

A revista Brasil Energia do mês de outubro de 2012 (veja aqui) trouxe uma boa notícia para o RN: serão construídas em Mossoró 20 sondas tipo workover para substituírem sondas que hoje operam em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Segundo a revista os vencedores da licitação da Petrobrás para a construção de tais sondas foram as empresas ETX (dez unidades), Empercom (seis) e Braserv (quatro). 

O bom da notícia é que a Petrobrás tem uma grande plano de renovação de suas sondas e planeja fazer isso com empresas brasileiras e utilizando um alto conteúdo local de produção. Com a decisão das empresas vencedoras de utilizar Mossoró como local de construção de tais sondas a cidade tem condições de vencer outras rodadas licitatórias e se consolidar como um importante polo nacional de produção desses equipamentos.

A revista também revela que faz 20 anos que o Brasil não produzia sondas desse tipo e que a Petrobrás tem interesse em fortalecer essa indústria nacional. Com essa decisão, portanto, Mossoró larga na frente nessa corrida por recuperar a capacidade nacional de produção de sondas para o setor de petróleo.


Térmicas Emergenciais "Potiguar" e "Potiguar III" São Ativadas

Conforme já colocamos aqui recentemente, o baixa do nível de água dos reservatórios do Nordeste tem feito com que o Operador Nacional do Sistema (ONS) acentue o despacho da produção termelétrica da região. Essa decisão vem impactando significativamente a geração elétrica no RN.

Desde a segunda quinzena de setembro que o estado vem produzindo ao redor de 400 MWmédio por semana, dos quais aproximadamente 300 MW vem da usina termelétrica Jesus Soares Pereira, localizada no município de Alto do Rodrigues.

Na semana de 27/10 a 02/11 a geração elétrica do RN provavelmente bateu seu recorde histórico, quando foi gerado no estado em média 496 MW. 


Mas a grande novidade da semana foi o despacho das térmicas movidas a óleo diesel "Potiguar" e "Potiguar III", ambas localizadas no município de Macaíba/RN. Essas duas térmicas geraram 104 MWmédio. Essas térmicas são classificadas como emergenciais e só são despachadas em momentos mais críticos da oferta de energia. Funcionam como uma espécie de "seguro" do sistema elétrico nacional.

O grande problema delas é que usam um combustível fóssil (óleo diesel) que é fortemente poluente e também a energia gerada por elas tem um custo muito elevado.


06 novembro, 2012

Produção e Processamento de Petróleo no RN em 2012

Entre janeiro e setembro deste ano o Rio Grande do Norte produziu 16,3 milhões da barris de petróleo, um aumento de 2% sobre o volume produzido no mesmo período do ano passado. Nesse mesmo intervalo de tempo a Refinaria Clara Camarão, localizada em Guamaré/RN, processou 10,1 milhões de barris, o equivalente a 62% da produção estadual de petróleo e um aumento de 9,6% sobre o volume processado nos nove primeiros meses de 2011.


O volume de derivados de petróleo produzidos no RN entre janeiro e setembro de 2012 foi de 853,7 mil metros cúbicos de combustíveis, com aumento de 16,81% sobre o volume produzido nesse mesmo período de 2011.


A maior produção é de óleo diesel, nesse ano o estado já produziu 482,3 mil metros cúbicos do mesmo. Em segundo lugar vem a produção de gasolina tipo A, com produção de 277,4 mil metros cúbicos e depois aparece o querosene de aviação, cujo volume produzido no RN este ano foi de aproximadamente 94 mil m³.




31 outubro, 2012

Estudo Nordeste Competitivo - O Rio Grande do Norte Ficando Para Trás?

Ontem (29/10) a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um estudo denominado "Projeto Nordeste Competitivo", cujos objetivos, segundo os formuladores, é "ajudar o governo a planejar no médio e longo prazo a infraestrutura de transporte e logística para integrar  os estados da região".

Um dos destaques do estudo é a necessidade de investimento na infraestrutura portuária da região. Textualmente eles afirmam que "no caso dos portos, atualmente apenas o Complexo Portuário de São Luís e o Porto de Recife utilizam mais do que suas capacidades permitem. Em 2020, no entanto, seis portos vão operar acima da capacidade e outros dois estarão com potenciais gargalos. Os casos mais críticos devem ser os do Complexo Portuário de São Luís e do Porto de Natal."

O que mais me surpreendeu no estudo, porém, foi a MEDIOCRIDADE das alternativas logísticas propostas para o RN. Apesar do termo forte, quero demonstrar nesse pequeno texto que os projetos logísticos apresentados para o RN são insuficientes para dar conta das necessidades logísticas do desenvolvimento do nosso estado. Caso o RN tenha apenas os investimentos previstos nesse "PROJETO" o estado ficará  para trás na comparação do desenvolvimento econômico com os outros estados da região. 

A primeira indicação da nossa pouca importância no citado estudo está no volume previsto de investimentos. O documento prevê um volume total de investimentos logísticos (portos, hidrovias, ferrovias e rodovias) no Nordeste da ordem de R$ 25,8 bilhões, sendo que para o RN o volume previsto é de apenas R$ 400,4 milhões, equivalente a 1,55% dos investimentos projetados pela CNI para a região.

A segunda indicação é a lista de obras previstas para o estado.



Das quatro obras previstas, 3 já estão em andamento em diferentes fases, são elas: dragagem e construção do berço 4 no Porto de Natal e pavimentação da BR 110 entre Mossoró e Campo Grande. Portanto, de novidade há apenas a construção do trecho da BR 110 entre Janduís e Serra Negra do Norte.

No aspecto rodoviário os investimentos previstos pela CNI para o RN fazem parte de um plano mais amplo de integração do eixo rodoviário entre Mossoró/RN e Salvador/BA. 


Apesar de ter sua importância, não acredito que tal obra seja capaz mudar significativamente os rumos da economia local ou melhorar significativamente nossa logística de escoamento produtivo. Pelo menos duas outras obras rodoviárias eu seria capaz de citar em complementação a essa acima: a conclusão da pavimentação da BR 226 e, mais importante e fundamental para o desenvolvimento do estado, a DUPLICAÇÃO DA BR 304.

Mas além desse enorme "lapso" do estudo nas obras importantes no nosso modal rodoviário, o mais grave foi na questão ferroviária e portuária.

O estudo identifica uma potência área de exploração de ferro na região do Seridó potiguar, cujo volume anual de carga pode chegar 6,64 milhões de toneladas.


Ora, tais recursos são fundamentais para o estado ser inserido na malha ferroviária nacional e para a construção de um novo porto em águas potiguares.

Todavia, o estudo propõe que esse minério seja escoado por uma estrada de ferro entre Juazeiro do Norte e Suape, sendo esse, portanto, a porta de saída da produção de ferro local.

Por esses novos investimentos o estado continuaria excluído da malha ferroviária brasileira e Nordestina e perderia a chance de ter um novo porto, destinado a cargas em granéis e localizado no litoral norte do Rio Grande do Norte.


Portanto, tal estudo da CNI não atende aos interesses econômicos do Rio Grande do Norte e nos condena a um retardamento no desenvolvimento comparativo da região, sobretudo em relação aos grandes estados do Nordeste: Bahia, Pernambuco e Ceará. 

Para mim, do ponto de vista da economia estadual, o destino desse estudo é a lata do lixo.