A Federação das Indústrias do RN (FIERN) produz mensalmente duas pesquisas que procuram analisar, a partir de indicadores qualitativos, o nível de atividade do setor industrial do estado, o nível de confiança dos empresários do setor e suas expectativas quanto à economia nos seis meses seguintes.
Os dados são apresentados em uma escala que varia de 0 (zero) a 100 (cem). Quando o indicador encontra-se abaixo de 50 indica que a atividade registrou queda em relação ao mês anterior ou que a expectativa dos empresários é pessimista quanto aos meses seguintes. Já quando o indicador situa-se acima de 50 significa que as atividades registraram aumento ou que o setor encontra-se otimista quanto ao futuro imediato.
A seqüência de informações relativas à sondagem industrial indica que o nível de atividade da indústria nos dois primeiros meses de 2011 registraram quedas seguidas (os valores de janeiro e fevereiro estão abaixo de 50, portanto a produção em fevereiro/11 foi menor que janeiro/11, que por sua vez foi inferior à de dezembro/10).
Acompanhando essa retração do nível de atividade ocorreu também uma queda na Utilização da Capacidade Instalada (UCI).
Essas retrações, porém, são compatíveis com a queda sazonal na produção industrial do estado nos meses iniciais de cada ano.
Com relação às expectativas (de demanda e de compras de matérias-primas nos próximos seis meses), podemos verificar que o setor industrial do RN está otimista quanto a esses indicadores. Todavia, uma comparação com esse mesmo indicador no início do ano passado demonstra que nossos empresários industriais estão menos otimistas do que no começo de 2010.
Em outras palavras, esses empresários estão otimistas com 2011, mas não tão otimistas quanto estavam no início do ano passado com o desempenho da economia em 2010.
Essas informações também se confirmam nos dados sobre o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). No gráfico abaixo vemos que o ICEI do RN registrou uma progressiva queda no nível de otimismo dos empresários desde maio de 2010. Essa queda foi puxada, principalmente, pelo elemento que mede as expectativas dos mesmos quanto ao futuro da economia nos seis meses seguintes à pesquisa.
No início de 2011, talvez por ser um início de ano, os empresários aumentam seus níveis de otimismo (dado de janeiro), para depois ir progressivamente reduzindo suas boas impressões sobre o desempenho da economia local.
Nesse indicador nós também verificamos que os empresários estão otimistas, mas com um otimismo mais contido do que no início de 2010.
A redução do otimismo, tanto no ICEI quanto na sondagem das expectativas, reflete as medidas de política monetária e fiscal adotadas pelo governo federal. Como o Banco Central vem aumentando os juros e tomando medidas de contenção do crédito e como o Ministério do Planejamento promoveu um corte orçamentário, a expectativas dos empresários é que a economia em 2011 não registre o mesmo desempenho que teve em 2010.
Assim, apesar do otimismo quanto ao desempenho do setor industrial do RN em 2011, esse otimismo está mais contido do que o registrado no início de 2010. Por ele podemos esperar um 2011 melhor que o ano anterior, mas com um crescimento econômico não tão espetacular quanto foi o de 2010.
Um dado interessante também é que tanto na Sondagem quanto no ICEI as expectativas sempre apresentam-se melhores do que as condições atuais da economia. Isso denota, também, o otimismo da categoria quanto ao futuro da economia local e brasileira.
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