Redirecionamento

21 junho, 2011

Exportações de Frutas Tropicais pelo RN

A agricultura brasileira vem se constituindo em um importante celeiro mundial, transformando o país em um grande fornecedor internacional de alimentos. O Brasil tem forte participação internacional nas exportações de café, açúcar, suco de laranja, complexo de soja (grão, farelo e óleo) e complexo de carnes (bovina, suína e de frango).

No RN o setor agrícola também tem um grande peso na pauta de exportações do estado. Aqui, porém, as exportações oriundas desse setor concentram-se na fruticultura e espacialmente na região oeste do estado.

Seis produtos respondem por aproximadamente 45% do total exportado pelo RN. São eles: Castanha de Caju, Melão, Banana, Manga, Melancia e Mamão.

Em 2010 essas culturas responderam, juntas, por US$ 125 milhões em valor exportado.

Em termos históricos o ano de 2007 foi aquele em que o estado registrou o maior volume de exportações de frutas de sua história. Naquele ano foram exportados US$ 173 milhões.

Todavia, de lá para cá o setor registrou uma forte queda no valor exportado. Parte dessa queda pode ser explicada pelos efeitos das cheias do rio piranhas-açu no ano de 2008. Essas cheias tiveram um forte impacto negativo nos municípios à jusante da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, localizada no Vale do Açu.

Essas inundações pegaram em cheio os pomares de banana e manga existentes naquela região e que é o principal território estadual produtor dessas duas frutas. Para a banana os prejuízos foram significativos e o setor até o momento não se recuperou da queda. Isso ocorreu porque as inundações provocaram a morte das plantas em extensas áreas no município de Ipanguaçu e a principal empresa produtora (Del Monte) não recompôs essas áreas perdidas.

O melão, por sua vez, vem tendo suas exportações prejudicadas no estado por dois fatores principais: de uma lado o câmbio valorizado vem diminuindo a rentabilidade dos agricultores e de outro uma parte da produção da fruta tem migrado do RN para o estado vizinho do Ceará.

O mamão também sofreu uma forte queda na produção entre 2007 e 2010. Não tenho uma explicação definitiva sobre essa queda. No RN o produto tem como principal produtor a empresa capixaba Calimã, líder nacional nas exportações desse produto, e cuja produção aqui no estado é feita, em grande parte, em parceria com alguns assentamentos de reforma agrária. Suponho, portanto, que essa queda tenha afetado sobretudo esses agricultores integrados à empresa.


Em 2011, no acumulado nos 5 primeiros meses, as exportações dessas seis frutas totalizaram US$ 41,7 milhões, um volume 8,15% inferior ao mesmo período do ano passado.

As maiores quedas este ano foram nas exportações de banana (-28,94%) e melancia (-21,07%). O melão e a castanha também registraram quedas, de 12,22% e 0,96% respectivamente. Em movimentação oposta as exportações de mamão aumentaram este ano 52,25% sobre o mesmo período de 2010. O mesmo ocorreu com as exportações de manga, com crescimento de 3,13%.


 
Até o final do ano acredito que as exportações de castanha irão crescer. A queda nas exportações desse produto esse ano são fruto da forte queda na produção de castanha o ano passado, resultado de problemas fitossanitários e da insuficiência de chuvas. Esse ano a perspectiva é de retorno da produção aos patamares normais.

Até o final do ano acredito que as exportações dessas seis frutas ficarão na faixa entre 120 e 130 milhões de dólares. A liderança continuará sendo da castanha, cujas exportações poderão encerrar o ano com até US$ 50 milhões. 
    

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