Um dos efeitos da seca na pecuária bovina potiguar começa a aparecer com mais nitidez nas estatísticas do IBGE. Essa semana o órgão divulgou os dados dos abates de animais em estabelecimentos fiscalizados.
No segundo trimestre do ano (abr-jun) foram abatidos 28.778 animais, um aumento de 8,9% sobre o mesmo período de 2011. No acumulado do primeiro semestre os abates atingiram 53,4 mil bovinos, crescimento de 4,2% sobre o mesmo semestre do ano passado.
Os números ficam mais, claros, porém, quando desagregamos no segundo trimestre o número de animais abatidos segundo o tipo de rebanho.
Com dificuldade para alimentar o gado por falta de pasto e com dificuldade de acesso ao milho e outros produtos para ofertar ração para os animais (quer por falta de produto quer por falta de recursos monetários), os criadores do estado estão se desfazendo sobretudo do rebanho de bois. No segundo trimestre do ano o aumento do número de bois abatidos cresceu 17,4% sobre o mesmo período do ano anterior.
As vacas tiveram uma menor variação provavelmente em função da produção de leite das mesmas. Mas mesmo assim ainda apresentou um crescimento significativo nos abates: variação de 11,6%. No Brasil, por exemplo, os abates de bois e vacas cresceram em torno de 7% quando comparamos o segundo trimestre desse ano com o mesmo trimestre de 2012.
Não há dúvida, portanto, que está ocorrendo no estado um aumento do descarte de bovinos (sobretudo de animais masculinos adultos), em função da dificuldade dos criadores de alimentação do rebanho. Minhas expectativas é que este ano o número de bovinos abatidos no RN seja superior ao verificado em 2011, quando o volume chegou a 106.672 abates.
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