Redirecionamento

18 julho, 2012

Crédito e Inadimplência no Rio Grande do Norte

Dados do Banco Central divulgados recentemente revelam que o saldo das operações de crédito bancário para pessoa física no RN atingiram o volume de R$ 10 bilhões em abril de 2012. É o maior saldo da história. 

Acompanhando a dinâmica do crescimento do crédito no estado nos últimos anos percebemos que de 2004 ao início de 2008 ocorreu uma forte expansão no volume do mesmo. Com o advento da crise financeira internacional e as políticas de aumento dos juros e a redução do ritmo de expansão da economia, o crédito para pessoa física no estado continuou a se expandir porém a uma velocidade cada vez menor.

Esse ciclo de desaceleração durou até setembro de 2009. Foi uma forte queda no ritmo de expansão do crédito no período. Em março de 2008, o pico da expansão, o crédito para pessoa física no estado havia subido 54% em relação aos 12 meses anteriores. Em setembro de 2009 essa expansão havia se retraído para uma taxa de 21%.

Entre setembro de 2009 e janeiro de 2011 a expansão do crédito no estado voltou a se acelerar até atingir uma taxa de 29% no início do ano passado. Todavia, naquele momento começaram a surtir efeito as novas políticas de contenção da economia que visavam reduzir as taxas de inflação, as quais ameaçavam extrapolar os limites estabelecidos pelo regime de metas de inflação. 

Esse novo ciclo de desaceleração dura até o fim de 2011, quando a taxa de expansão fica na casa 23%. 

Os dados para 2012, porém, demonstram que o crédito para pessoa física no RN vem tendo uma forte aceleração nesse início de ano. Em abril ele estava 38% acima do saldo do mesmo mês de 2011.


Os dados de inadimplência, por sua vez, revelam que esta aumenta em períodos de crise da economia e que coincidem, justamente, com os ciclos de desaceleração do volume de crédito. O gráfico abaixo mostra como ao longo de 2011 a inadimplência das pessoas físicas no estado subiu continuamente. Por outro lado, esse mesmo gráfico demonstra que, muito embora a inadimplência nesse início de ano esteja superior ao do mesmo período do ano passado, ela está estacionada e demonstra tendência ao recuo nos próximos meses.

Além disso, podemos ver que o aumento da inadimplência no ano passado foi bem inferior àquela ocorrida na crise de 2008, quando o pico chegou a atingir 7%. No ciclo de aumento da inadimplência em 2011 o pico foi até 5,9%. 

Os dados significam, portanto, que a economia do estado já demonstra uma melhora de perspetivas para os próximos meses, com o efeito desse crédito maior e com a inadimplência recuando. Acredito que o setores de comércio e serviços serão os mais beneficiados desse novo ciclo que se inicia.





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