O Brasil, e o RN em particular, viu na última década uma atividade exportadora se desenvolver e posteriormente recuar tão acentuadamente quanto foi seu crescimento.
Entre 2001 e 2005 as exportações de camarão brasileiro saem do zero para atingir US$ 150 milhões. Porém, tão vertiginosa quanto foi a subida também foi a sua derrocada. Em 2010 essas exportações tinham voltado praticamente ao zero novamente, totalizando apenas US$ 6,6 milhões.
O RN foi um dos principais protagonistas dessa saga. Juntamente com o Ceará, que chegou a nos ultrapassar no auge do período exportador, o RN exportou nos anos de 2004 e 2005 quase US$ 50 milhões anualmente. O produto chegou a ultrapassar nossas tradicionais exportações de melão e castanha de caju.
Mas depois a queda foi vertiginosa, tanto aqui como nos demais estados. Aliás, lá fora foi mais dramática ainda, pois em 2010 somente o RN registrou exportações de camarão.
Acredito, porém, que aqui também essas exportações possam desaparecer da nossa pauta.
Como causa principal para essa ascensão e queda espetacular podemos apontar o desempenho do câmbio no período. Na fase de ascenção do ciclo o câmbio brasileiro estava ao redor de R$ 3,00 por dolar. Atualmente patina na casa de R$ 1,60 a R$ 1,70. Nesse patamar é impossível ao setor sobreviver com a produção voltada às exportações.
Assim, aquilo que os ambientalistas queriam (um freio ou o veto) ao setor, foi obtido pela força poderosa do câmbio. Com um câmbio na faixa de R$ 3,00 qualquer aventureiro conseguia produzir e exportar camarão (desde que encontrasse uma área para instalar o viveiro). Com o câmbio atual nem os melhores profissionais e as melhores empresas sobrevivem. Que o digam o significativo número de fazendas de carcinicultura que fecharam as portas. Outras se voltaram para o mercado interno, mas esse não comporta o volume de produção que tínhamos anteriormente. Não ao preço de venda do produto.
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