Redirecionamento

09 fevereiro, 2011

PRODUÇÃO DE PETRÓLEO NO RN CONTINUA EM QUEDA, MAS APRESENTOU SINAIS DE RECUPERAÇÃO

A produção de petróleo no RN em 2010 totalizou 20.782.490 barris de petróleo. Esse volume foi 2,5% inferior ao que foi produzido em 2009 e 35% menos do que a produção de 2000.
Ao longo da década o estado vem apresentando uma progressiva queda nessa produção, conforme deixa claro a gráfico abaixo. Como razão principal para essa queda está o fato de que nossos campos de produção já estão maduros e que, portanto, vem perdendo capacidade de geração de petróleo em volume crescente ou mesmo constante.

Uma avaliação mensal dos dados demonstra, porém, que no último quadrimestre de 2010 o volume de petróleo extraído nos campos potiguares foi superior ao do mesmo período de 2009. No último quadrimestre de 2009 foi produzido no estado cerca de 6,91 milhões de barris de petróleo, já no último quadrimestre de 2010 o velume foi de 7,13 milhões, pequeno aumento de 2,61%.
Os investimentos da petróbras na injeção de água e vapor nos campos terrestres do estado provavelmente é uma das razões para o aumento desse nível de produção. Todavia, é importante lembrar que a empresa vem adiando sistematicamente o prazo que ela anuncia para um aumento mais consistente do volume de produção local.
Lembro que há algum tempo ela falava que a produção iria em breve voltar ao patamar de 100 a 110 mil barris/dia (em 2010 ficou abaixo de 60 mil). Mas ultimamente ela vem abandonando essa previsão e refazendo para baixo esses dados. Hoje eu tenho dúvidas quanto à possibilidade de uma retomada consistente no volume de produção local de petróleo.


A crise da indústria de petróleo e gás no estado trás impactos significativos para a economia potiguar. Dentre esses impactos podemos citar: 1) redução do ritmo de crescimento da economia. Com a queda do volume de petróleo produzido no estado ao longo da década isso já pode ser sentido no crescimento do PIB do RN, que já não cresce mais em ritmo maior que o Nordeste; 2) redução do volume de royaltes pagos ao governo do estado, prefeituras e proprietários rurais. Isso também já vem sendo sentido, sobretudo por aquelas prefeituras onde o município é um grande produtor de petróleo. Esse impacto só não foi maior para o poder público em função do aumento do preço do barril, que serviu para compensar a queda da produção ou para amenizar seu impacto; 3) na geração de emprego e renda nas atividades diretas de produção de petróleo e nos serviços correlacionados; 4) nas atividades científdicas do estado: devemos lembrar que os investimentos da Petrobras e da ANP na UFRN foram significativos, construíndo importantes laboratórios e investindo pesado na formação de mão-de-obra qualificada; 5) no risco da empresa deixar de produzir no estado, conforme até mesmo já foi proposto pelo deputado federal Betinho Rosado (DEM) em projeto vetado pelo Presidente Lula.

Destacamos ainda que dos de 20,8 milhões de barris de petróleo produzidos no RN, 86% foi oriundo de campos terrestres e os demais de campos localizados no mar.

Apesar da produção de petróleo no RN ser importante para a economia local, no cenário nacional a produção de petróleo no  estado é equivalente a apenas 3% da produção nacional, a qual é liderada pelo RJ que é repsonsável por 79%. No cenário nacional o RN ocupa a terceira posição entre as Unidades da Federação, perdendo para o RJ e o ES.



Apesar de continuar líder na produção nacional de petróleo em terra, com o atual ritmo de queda da produção no estado essa liderança está ameaçada e pode ser perdida nos próximos anos se a nossa curva de produção não for revertida.

2 comentários:

Fábio Rodrigo C. da Silva disse...

Caro Aldemir,

Em primeiro lugar, gostaria de parabenizá-lo pela brilhante palestra sobre a gestão metropolitana realizada na Assembléia Legislativa, no último sábado. Apenas complementando as informações do seu post com relação à indústria do petróleo em terras potiguares, entendo que mais importante do que o volume de produção propriamente dito são os investimentos realizados, tanto para a manutenção da produção (a exemplo dos projetos de injeção de água e vapor) como na atividade exploratória. Com efeito, no longo prazo, a descoberta de novos reservatórios de petróleo e gás é estratégica para a atividade petroleira e para levar a cabo a reversão da nossa curva de produção. Como você bem observou, essa indústria tem grande importância para a economia local e, dessa forma, esses investimentos são estratégicos também para o Rio Grande do Norte. Finalmente, vale ficar atento para o desenvolvimento da indústria do petróleo e gás de Sergipe que ocorrerá nos próximos anos, visto que grandes descobertas foram realizadas em águas profundas sergipanas no ano passado.

Por último, não posso deixar de lamentar também a proposta do deputado federal Betinho Rosado (DEM), qual seja, de a Petrobras deixar o RN. Pergunto-me quais seriam os motivos que levariam um deputado a apresentar uma proposta que prejudica o seu próprio estado. Será que ele entende que as empresas privadas, como a Chevron ou a BP, são mais eficientes que a Petrobras? Ou será que, uma vez que a atividade petroleira envolve vários milhões de dólares, existe algum interesse escondido por trás dessa proposta? Esses questionamentos ficam para reflexão dos cidadãos potiguares.

Abraços,
Fábio Rodrigo C. da Silva

Fábio Rodrigo C. da Silva disse...

Caro Aldemir,

Em primeiro lugar, gostaria de parabenizá-lo pela brilhante palestra sobre a gestão metropolitana realizada na Assembléia Legislativa, no último sábado. Apenas complementando as informações do seu post com relação à indústria do petróleo em terras potiguares, entendo que mais importante do que o volume de produção propriamente dito são os investimentos realizados, tanto para a manutenção da produção (a exemplo dos projetos de injeção de água e vapor) como na atividade exploratória. Com efeito, no longo prazo, a descoberta de novos reservatórios de petróleo e gás é estratégica para a atividade petroleira e para levar a cabo a reversão da nossa curva de produção. Como você bem observou, essa indústria tem grande importância para a economia local e, dessa forma, esses investimentos são estratégicos também para o Rio Grande do Norte. Finalmente, vale ficar atento para o desenvolvimento da indústria do petróleo e gás de Sergipe que ocorrerá nos próximos anos, visto que grandes descobertas foram realizadas em águas profundas sergipanas no ano passado.

Por último, não posso deixar de lamentar também a proposta do deputado federal Betinho Rosado (DEM), qual seja, de a Petrobras deixar o RN. Pergunto-me quais seriam os motivos que levariam um deputado a apresentar uma proposta que prejudica o seu próprio estado. Será que ele entende que as empresas privadas, como a Chevron ou a BP, são mais eficientes que a Petrobras? Ou será que, uma vez que a atividade petroleira envolve vários milhões de dólares, existe algum interesse escondido por trás dessa proposta? Esses questionamentos ficam para reflexão dos cidadãos potiguares.

Abraços,
Fábio Rodrigo C. da Silva